MADEIRA BIOSSINTÉTICA DERIVADA DO LIXO PRESERVA 22% DAS ÁREAS DESMATADAS NA AMAZÔNIA
Associação Nacional dos Inventores faz parceria com a EKT Global a
fim de diminuir o extrativismo e o aquecimento global
O
desmatamento da Amazônia está beirando os 17% de sua vegetação, e o limite para
o abismo climático seria de 20%, segundo pesquisa da Fundação das Nações Unidas
publicada na revista Science Advances. A região retratada produz cerca de
metade das chuvas que alimentam o ciclo da água na Terra, e para preservar essa
área dentro de sua capacidade regenerativa, fatores como o desflorestamento
devem ser reduzidos.
A
madeira biossintética (MBS) é uma solução para o problema, já que substitui a
natural na indústria, no comércio e em residências, e evita, assim, o
desmatamento. Buscando investir em projetos sustentáveis, a Associação Nacional
dos Inventores (www.inventores.com.br) apostou na iniciativa e fechou uma
parceria com a EKT Global, que produz máquinas desenvolvedoras do produto.
O
principal material da madeira biossintética, o Composto Biossintético
Industrial (CBS), é proveniente de qualquer detrito, de embalagem plástica a
lixo de banheiro. “A possibilidade de utilizar um recurso que já havia sido
desprezado é o ponto-chave do negócio; temos que mudar nossa concepção de lixo,
porque ele nada mais é do que uma sobra mal destinada. É uma questão de encontrar
a finalidade mais adequada para cada matéria”, comenta Helmut Johan, diretor da
EKT.
Segundo relatório das Nações Unidas, o Brasil
é o maior produtor de dejetos na América Latina: são quase 80 milhões de
resíduos sólidos por ano e apenas 3% desse montante é reciclado.
Como
solução para esse cenário, a madeira biossintética substitui a tradicional,
além de ser um material sustentável, duradouro e com apelo estético. “O
desflorestamento é uma atividade enraizada na história do Brasil, e nós
buscamos alternativas que solucionem essa problemática. A MBS é um produto que
pode suprir, sem prejuízo, a forma convencional e reduzir o extrativismo”,
afirma Johan. Desse modo, o produto evita o desmatamento, que é um dos fatores
responsáveis pelo aquecimento global.
Com
base nos estudos feitos pela EKT, os índices anuais brasileiros de preservação
florestal seriam extremamente expressivos se o uso da MBS fosse efetivo. Um
total de 22% das árvores derrubadas na Amazônia estariam protegidas, o que
equivale a 50 milhões de metros cúbicos de madeira biossintética e 11 milhões
de habitações com sessenta metros quadrados.
Para
Lucas Fontes, gerente de projetos da EKT Global, a parceria com a Associação
Nacional dos Inventores é um fator importante
para esses indicativos se tornarem realidade. “É uma excelente
possibilidade de se vincular a empresas e profissionais que possam colaborar
com nosso desenvolvimento sustentável. Validaremos pesquisas e tecnologias”.
Para
reduzir os impactos gerados pela extração de recursos naturais e deixar claro
qual o papel de cada ser vivo dentro do ecossistema, a conjuntura dessas
empresas visa tornar essa missão um pouco menos desafiadora. “Sempre tivemos
uma ênfase especial para projetos de sustentabilidade.
Essa
é uma iniciativa audaciosa e sabemos que vários inventores pensam nisso,
gostamos de apoiar esse tipo de empreendimento”, diz o presidente da ANI,
Carlos Mazzei, cujo objetivo com essa parceria é localizar investidores a fim
de expandir as usinas de produção de madeira biossintética. Já existem células
na Argentina e nos Estados Unidos.
Sobre a Associação Nacional dos Inventores
Instituição
que auxilia inventores a comercializar seus inventos. Criada em 1986 por Carlos
Mazzei, a Associação Nacional dos Inventores fomenta o desenvolvimento de novos
produtos no Brasil, desde dispositivos que ajudam na modalidade urbana até
relativos à saúde, lazer, educação, etc. Além de facilitar o contato de
inventores com a indústria, a ANI ajuda no registro das patentes – ao todo, já
são cerca de 20 mil. Em 1992, a Associação criou o Museu das Invenções, único
do tipo na América Latina e instalado no mesmo prédio, em Perdizes, São Paulo
(SP). www.inventores.com.br.
Fonte/Foto: Press Works
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