CONHEÇA A HISTÓRIA DO “TITANIC DA AMAZÔNIA”
A
misteriosa história de um navio feito na Europa, de luxo nunca visto no norte
do Brasil, poltronas de couro, ar condicionado, com capacidade para 500
passageiros que antes de naufragar, permitiu que todos os passageiros
desembarcassem tranquilamente no cais, e depois afundou, em uma história
conhecida como o Titanic da Amazônia.
Houve
um tempo em que navios fabricados na Europa ligavam Belém a toda a grande
região da Amazônia. Lá dentro, a classe popular em suas redes convivia de
maneira pacífica com a classe executiva em seus camarotes, salas de leitura e
restaurante. Parte deles naufragou nos rios, parte virou ferro velho, condenando
ao esquecimento um capitulo muito especial na história desta terra.
Os
navios da chamada Frota Branca, eram as jóias mais especiais da Enasa, a
Empresa de Navegação da Amazônia. Foram os mais luxuosos e velozes que já
passaram por aqui, vindos da fabrica da Holanda, atendendo o Marajó e o baixo
amazonas, com capacidade para levar até 500 passageiros cada.
Depois
de uma vida relativamente curta e de muitos serviços, tiveram fins trágicos
como a Empresa que sumiu nos desvios e descontroles públicos do país. O navio
Leopoldo Perez, ao navegar pelo estreito de Breves, foi abalroado por uma
corveta da marinha, afundando imediatamente. Apesar de ser a noite e estar com
cerca de 400 passageiros abordo, não houve vítimas.
O
Lobo D’Almada, e Lauro Sodré acabaram abandonados em um dos portos a margem da
baía do Guajará, num cemitério de navios, em virtude de uma disputa judicial. O
Augusto Montenegro acabou quase totalmente no fundo da baía de Guajará, próximo
ao barranco de Miramar em Belém.
O
último a ser apresentado, o Presidente Vargas, foi o mais luxuoso e o primeiro
a deixar a Frota. O Presidente Vargas tinha três classes distintas, ar
condicionado.
Era
domingo, 4.6.1972, às 21 horas no Porto de Soure, na ilha do Marajó. Havia
desembarcado toda a sua lotação de passageiros. No misterioso naufrágio onde
não houve vítimas, rumores falavam em crime premeditado por obscuras razões,
considerando que ele tinha recentemente passado por reformas. O navio "fez
água" calmamente, a ponto de passageiros e tripulação poderem sair ilesos
do "Presidente Vargas".
As
circunstâncias do naufrágio - nunca esclarecidas - e as tentativas frustradas
de retirá-lo do fundo do rio Paracauary apontam para um "naufrágio
calculado", na opinião de um especialista da área.
Um
naufrágio que ficou conhecido como o do Titanic da Amazônia. Era considerado a
mais suntuosa embarcação de toda a bacia amazônica. Com poltronas de couro,
cada uma com cinzeiro, o navio tinha cara de iate. Seus amplos compartimentos e
largos corredores se assentaram no imaginário de quem viveu a época.
Sucateada
e mal administrada, a Enasa passou para o controle do estado do Pará no final
da década de 1990. Desapareceria da cena da região alguns anos depois.
Para
conhecer, curtir e compartilhar esta história.
Fontes/Foto:
ignacioneto.blogspot.com.br / Salomao Laredo/ O Liberal - Revista Via Amazônia
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