BELEZA NEGRA: ONÇA-PRETA É MONITORADA NA AMAZÔNIA POR PESQUISADORES DO INSTITUTO MAMIRAUÁ
Jacques é a quinta onça-preta monitorada pela equipe do instituto
e pesa 55 quilos. Grupo ajustou colar no animal para acompanhar a locomoção
dele durante o ano inteiro
Com
o estrondoso sucesso do filme de super-herói "Pantera Negra" nos
cinemas, os grandes felinos com pelagem preta estão na moda. As onça-pretas (ou
melânicas) são as representantes "nacionais" desse grupo, habitando
diversos biomas do país. E é da Amazônia Brasileira que chega a última notícia
sobre as onças-pretas: Jacques é a mais nova onça-pintada preta monitorada pelo
Instituto Mamirauá.
O
encontro com o felino aconteceu na Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá. Localizada no estado do Amazonas, no médio curso do Rio Solimões, é
na reserva onde pesquisadores do Instituto Mamirauá investigam a ecologia de
onças-pintadas em ambientes de várzea, as florestas alagáveis da Amazônia.
Famoso oceanógrafo inspirou o "batismo" da onça
Jacques
é um jovem macho da espécie, em boas condições físicas. Com idade estimada
entre seis e oito anos, pesa por volta de 55 quilos. A inspiração para o nome
Jacques veio do oceanógrafo e conservacionista francês Jacques-Yves Cousteau
(1910-1997).
Preta ou pintada?
Essa
é a quinta onça-preta monitorada pelo Instituto Mamirauá em quase quinze anos
de pesquisas com felinos. Esse tipo de animal é um caso raro na natureza,
correspondendo a uma baixa percentagem entre onças-pintadas. O melanismo
acontece por uma mutação genética que causa alta concentração de melanina no
pelo do animal, o pigmento que lhe dá a cor preta.
Por
causa disso, há quem acredite que a onça-preta não é uma onça-pintada, mas sim
outra espécie de felino. O mal-entendido é revelado quando se olha imagens
noturnas do animal, registradas com câmeras infravermelho. Nelas, é possível
ver as "pintas" debaixo da pelagem escura.
Conservação da espécie
O
Grupo de Pesquisa Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia realiza, todos
os anos, a captura de onças-pintadas. Elas são capturadas com o uso de
armadilhas de laço, instaladas em trilhas na floresta. Em sequência, os
especialistas ajustam um colar de telemetria e fazem exames clínicos e coletas
de material biológico para avaliar a saúde do animal.
"A
captura dessa onça-pintada foi muito tranquila, é um animal que se mostrou
quase dócil. O procedimento durou aproximadamente uma hora, para colocar o colar
e coletar as amostras biológicas", informa Emiliano Ramalho, líder do
grupo de pesquisa em felinos do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Os
colares de telemetria possuem um sistema GPS que permite acompanhar a locomoção
das onças durante o ano inteiro. A partir dos dados levantados pelo
monitoramento, nos últimos anos os cientistas têm descoberto novas informações
sobre as onças-pintadas na Amazônia, que são importantes para a conservação da
espécie.
Fonte/Foto: com informações e fotos da
assessoria de imprensa – Instituto Mamirauá
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