BELÉM-PA: SINDICATO DIZ QUE TODOS OS ÔNIBUS ESTÃO PARADOS NAS GARAGENS
- Atualizado em 19/04/2018, 10:43:16
Os municípios da Grande Belém iniciaram
esta quinta-feira (19) sem ônibus circulando, afetando 2 milhões de usuários.
Reunidos em assembleia geral na noite de ontem (18), os rodoviários de Belém,
Ananindeua e Marituba deflagraram greve a partir da meia-noite de hoje.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do
Pará, todos os ônibus de Belém, Ananindeua e Marituba ficaram parados na
garagem. Antes mesmo de a greve ser deliberada, o Tribunal determinou a
circulação de 80% da frota e ainda multa de R$ 20 mil por ônibus sem cobrador.
A diretoria do sindicato, entretanto, afirma que 20% da frota paralisada
"não é greve", e portanto paralisou completamente as atividades.
Um ato público estava previsto para as
10h, na Praça do Operário, em São Brás, mas foi cancelado e os trabalhadores
receberam orientação do sindicato para continuarem concentrados nas garagens.
Durante a tarde, às 15h, a categoria deverá se reunir para uma negociação
mediada pela desembargadora do Trabalho Francisca Oliveira Formigosa, a mesma
que emitiu uma medida cautelar em favor da Federação das Empresas de
Transportes da Região Norte (Fetranorte) e do Sindicato das Empresas de
Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel).
Os motoristas de vans aproveitaram o
momento para faturar. As ruas da cidade estão tomadas por transportes
alternativos, que vão servir como opção para quem precisar se locomover na
Grande Belém. "Em São Brás, muita gente esperando e confusão. Havia motoristas
de vans cobrando R$ 5,00 para fazer viagens até Icoaraci, preço bem acima do
normal", diz Gustavo Rodrigues, que saiu de São Brás rumo ao bairro do
Marco, onde trabalha. Pelas redes sociais, moradores de Ananindeua e Icoaraci
relataram vans cobrando até R$ 10 por pessoa.
Após a assembleia, a diretoria do
Sindicato dos Rodoviários de Belém se reuniu a portas fechadas e não divulgou
se atenderá ou não à determinação da Justiça. A categoria se concentrará às 8h,
em São Brás, e ficará parada até sair o resultado da reunião de negociação no
TRT, que estava marcada para ontem (18) e foi adiada para as 15h da tarde, a
pedido do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
REAJUSTE
O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintran), Huerllen
Ferreira, adiantou que a categoria pretende acatar a proibição da catraca
livre, mas a manutenção da frota vai depender de cada motorista e cobrador. “Em
Ananindeua, vamos tentar atender, mas não é possível garantir, vai depender de
cada um”, informou. A categoria reivindica 10% de reajuste salarial.
Outra reivindicação é o retorno da
jornada de trabalho de 6 horas e 20 minutos. Desde o ano passado, as empresas
aumentaram para 8 horas e 20 minutos. Huerllen explica que o rodoviário fica parado
por uma hora nos fins de linha suscetível a assaltos e, por vezes, entra em
conflito com os usuários. A categoria reivindica, ainda, a instalação de ponto
biométrico para coibir excesso de horas extras não pagas e a substituição do
auxílio clínica por plano de saúde.
A DECISÃO JUDICIAL
Na noite de terça-feira (17) a
desembargadora do Trabalho, Francisca Oliveira Formigosa, emitiu uma medida
cautelar em favor da Federação das Empresas de Transportes da Região Norte
(Fetranorte) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém
(Setransbel), garantindo aos municípios, 80% da frota de ônibus nas ruas caso a
greve fosse deflagrada. A decisão exige a circulação desse percentual da frota
nos horários normais e 100% de circulação nos horários de pico. O não
cumprimento será convertido em multa de R$ 100 mil por dia. Em caso de
circulação em ‘catraca livre’, a multa será de R$ 20 mil veículo/dia.
Fonte: Leidemar
Oliveira - Diário do Pará
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