ARTIGO DEDOMINGO: O PARÁ, POBRE.



- por Lúcio Flávio Pinto (*)

Uma família paraense padrão (ou média), com cinco integrantes, tem 24 reais para as suas despesas de cada dia. São R$ 715 por mês. Essa renda corresponde a apenas 75% do salário mínimo nacional. Cada família paraense é desfalcada de R$ 239 em relação ao mínimo individual, calculado para permitir ao menos a sobrevivência dos indivíduos (e já nem isso permitindo nos nossos dias).
Comparativamente à média familiar dos brasileiros, de R$ 1.268, a discrepância é ainda maior:  são R$ 553 de diferença. No Distrito Federal, com a melhor renda (o que diz muito sobre este país burocratizado e corporativista), a renda média por família é mais de três vezes maior: R$ 2.548.
O Pará tem a 3ª pior renda do Brasil e a pior da Amazônia. No país, fica atrás apenas de Alagoas, do ex-presidente (e atual senador, em vias de se candidatar novamente ao Planalto) Fernando Collor de Mello (R$ 658), e do Maranhão, do também ex-presidente José Sarney (renda de R$ 597).
O Estado da Amazônia com a maior renda média familiar é Roraima, o 13º do ranking nacional, com R$ 1,006, com R$ 296 a mais do que as famílias do Estado mais rico da região, com sua elite mais presunçosa e presepeira.
Os dados são do Pnad, a Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar do IBGE.
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(*) Lúcio Flávio Pinto é jornalista profissional desde 1966. Percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Durante 18 anos foi repórter em O Estado de S. Paulo. Em 1988 deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal, newsletter quinzenal que escreve sozinho desde 1987, baseada em Belém.
No jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos Jornalistas. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace e, em 2005, o prêmio anual do CPJ (Comittee for Jornalists Protection), de Nova York.

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