OBRAS DO GRAFITEIRO E MURALISTA RAIZ SÃO EXIBIDAS NO PROGRAMA DE TV ‘ENCONTRO’
A convite de curador de São Paulo, Rai Campos expõe trabalhos na
atração comandada por Fátima Bernardes na TV Globo
Baiano
de nascença e amazonense de criação, o artista Rai Campos, de 26 anos, mais
conhecido como Raiz, expõe durante esta semana, no programa “Encontro com
Fátima Bernardes”, um pouco do seu trabalho como grafiteiro e muralista. A
exposição, segundo Raiz, que também pode ser considerado amazonense de coração,
é uma oportunidade de expandir sua arte para além dos limites da cena do
grafite.
Dono
de um tracejado com cores vivas e uma mistura de técnicas, Raiz ficou conhecido
ao retratar nas paredes dos viadutos de Manaus a fauna, a flora e os povos
nativos da região, e ao representar, no ano passado, o Amazonas na quarta
edição do Festival Internacional Concreto, em Fortaleza, e no evento IV
Graffita Roraima, por onde estendeu sua visita em mais de um mês para atender à
demanda de trabalhos na cidade.
Para
ele, o espaço aberto no programa de Fátima Bernardes é um resultado dos seus 11
anos de trabalho. “Tem sido incrível receber esse reconhecimento. Geral está me
mandando mensagem, me parabenizando. Muita gente que não conhecia meu trabalho
acabou me vendo no programa. Isso inclui amigos antigos, outros grafiteiros e
novos clientes”, afirmou o artista, ressaltando que, contudo, a conquista não é
só dele. “São muitas pessoas que passam e nos ajudam e nos fortalecem. Foi
através delas que consegui chegar até aqui e botar meu trabalho com os nossos
índios, sempre tratados secundariamente, em um programa de rede nacional”.
Uma
dessas pessoas, de acordo com o grafiteiro, é Rui Amaral, de São Paulo. É dele
o projeto “Telão do Encontro”, no qual ele, como curador, escolhe um artista
por semana, seja famoso ou iniciante, para ficar com as obras em exibição no
programa da apresentadora Fátima Bernardes. Conforme Raiz, Rui teve
conhecimento de seu trabalho no final do ano passado por meio de
compartilhamentos nas redes sociais.
“Sou
mais conhecido aqui na região. Agora, por meio do programa, tive possibilidade
de ter um alcance maior na divulgação da minha arte, e, para mim, alcançar isso
é um sinal de que estou no caminho certo”, acrescentou ele.
Da infância
Ainda
que não venha de uma família de artistas influentes, Raiz conta que o interesse
tanto pela arte quanto pela temática amazônica surgiu ainda na infância, mais
precisamente aos 11 anos, dentro de uma reserva indígena Waimiri Atroari.
“Fui
criado na vila de mineração Pitinga e minha primeira influência artística foi
com meu pai, que trabalhava na mina e era o pintor da comunidade, onde
desenvolvia quadros em tinta óleo, serigrafia e letreiros. O grafite eu conheci
aos 11 anos, em uma revista de skate e, desde então, passei a riscar todos os
meus cadernos com tags, bombs e personagens”, lembrou ele.
Para o futuro
Já
na próxima semana, Raiz viajará para São Gabriel da Cachoeira, município no
interior do Amazonas, onde passará 14 dias fazendo um megamural sobre
conscientização ambiental ao lado de jovens grafiteiros.
Segundo
o artista, uma das prioridades para 2018 é dar continuidade à faculdade de
Artes Visuais na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Raiz também já
realizou uma turnê pela Bahia, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro,
visitando 18 cidades num processo de imersão artística e divulgação do grafite
amazonense.
“Hoje
posso viver da minha arte, fazer minhas viagens e conhecer pessoas
maravilhosas. Minha mensagem é que cada um acredite em si. Eu acreditei em mim
e as coisas vêm dando muito certo. Não é fácil, mas é ótimo viver daquilo que
se gosta”, concluiu.
Fonte/Fotos: Tiago Melo, A Crítica Manaus
(AM)
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