APOSENTADORIA RURAL NÃO SERÁ CONTEMPLADA NA REFORMA
Para
quem estava preocupado com mudanças na aposentadoria rural, a notícia é boa.
Por se tratar de um tema polêmico, o governo Federal resolveu deixar a
aposentadoria rural de fora do texto da reforma da Previdência. Na última
quarta-feira (07), foram apresentadas mudanças no texto, mas as regras para os
mais de sete milhões e meio de agricultores familiares se aposentarem continuam
as mesmas.
De
acordo com a proposta inicial, tanto homens como mulheres do campo deveriam se
aposentar aos 65 anos de idade e com 25 anos de contribuição obrigatória. No
entanto, ficaram mantidas as idades de 55 anos para mulheres e 60 para homens.
A contribuição, nesse caso, fica por conta do percentual da produção.
“De
moro geral, precisa ser feito um ajuste na Previdência. Mas não necessariamente
vai-se conseguir passar todos os pontos. Então, do ponto de vista político, é
interessante que você deixe de lado alguns aspectos para que outros aspectos
mais importantes possam ser ajustados”, avalia o especialista em finanças
Marcos Melo.
Ainda
de acordo com Melo, um fator que pode contribuir para o déficit da Previdência
são as fraudes em torno do sistema das aposentadorias rurais. Dados da
Secretaria de Previdência apontam que, nos últimos quatro anos, foram
cancelados mais de 37 mil benefícios irregulares.
O
prejuízo causado pelos atos ilícitos chegou a R$ 406,5 milhões no período. Para
o especialista, os órgãos fiscalizadores precisam inibir esse tipo de crime.
“Precisa ser feita uma melhoria com relação à forma como todo o procedimento é
feito. Mas ele não faz parte propriamente do conjunto da reforma da
Previdência. Essa é uma questão puramente administrativa."
As
aposentadorias rurais começaram antes da Constituição de 1988, com o Fundo de
Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Funrural). O benefício era de
meio salário mínimo e a pensão não podia passar de 30% do benefício principal.
A
proposta da reforma da Previdência tem previsão de ser votada até o dia 28 de
fevereiro no Congresso Nacional.
Fonte/Imagem: Marquezan Araújo e Jalila Arabi,
Agência do Rádio Mais
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