RE-PA DE ENCANTOS E DESENCANTOS
Dificuldade
de acesso ao Mangueirão foi ainda maior com a forte chuva e a falta de
estrutura no entorno
O
jogo não foi final de campeonato, no entanto, o confronto Re-Pa, realizado na
tarde de ontem, no estádio Mangueirão, deixou claro o motivo de ser conhecido
como Clássico-Rei. Mais de 30 mil torcedores estiveram presentes na praça
esportiva, lotando as arquibancadas do Olímpico de Belém. Mas, apesar dos
gritos incessantes ao longo dos 90 minutos de duelo, pelo lado de fora do
estádio, os torcedores já faziam a festa.
Nas
estradas, azulinos e bicolores se direcionavam ao palco da partida em êxtase.
Hinos dos times nos carros; bandeirões e até mesmo fantasias dos mascotes eram
vistos pelas vias que levavam ao local do jogo. E isso cerca de 3h antes do
apito inicial.
Para
o torcedor do Paysandu, Gustavo Maciel, o clássico é um evento único no Estado.
“Aqui nós temos clube, camisa. Me diz se em qualquer canto do Brasil se vê algo
como esse? O Re-Pa é lindo. Claro que eu quero que o meu time vença, mas que o
espetáculo e o bom jogo prevaleçam para compensar o esforço de todos”, disse o
enfermeiro de 29 anos.
Nas
dependências do Mangueirão, o velho ritual de insegurança tornou a acontecer.
Assaltos e princípios de confusões marcaram mais uma vez o dérbi, o primeiro do
ano. Segundo o torcedor azulino, Marcus Aurélio Silva, os incidentes se
tornaram habituais. “É algo (insegurança) que já faz parte, né? Isso acaba
afastando o torcedor”, disse o bancário de 37 anos.
Chuva
Nos
lados A e B, pontos que marcam a entrada das duas torcidas, o lamaçal com a
forte chuva deixou torcedores “ilhados” em algumas partes. “É uma situação
inconveniente que enfrentamos. A chuva da tarde é sagrada, ainda mais em
janeiro. Mas olha o que acontece, poças para a gente pisar”, disse Lucileia
Almeida, 34 anos.
Saída
Na
saída do estádio, impacientes, alguns torcedores reclamaram do trânsito lento.
“Estou muito feliz, meu time ganhou e de virada. mas amanhã tem trabalho,
queria ficar aqui, mas não posso. Mas ficar 20 minutos para sair daqui? Mais
vale descer do carro e beber”, disse o educador físico Eliezer Sanches.
Torcedores contam o que acharam...
Mais
de 30 mil torcedores assistiram o primeiro clássico entre Remo e Paysandu na
tarde de ontem, pela quarta rodada do Estadual. Mas não foi todo mundo que
voltou para casa satisfeito. Na avaliação do torcedor do Paysandu, Adilson
Cardoso, 48, por exemplo, apesar do time ter perdido, ele foi aguerrido até o último
minuto.
“O
Paysandu teve um bom desempenho em campo, lutou muito, mas infelizmente, ali no
finalzinho da partida, eles deram espaço para o adversário que aproveitou cada
entrada. Ainda não acredito que um técnico desses vê o time tomando pressão o
segundo tempo inteirinho e não faz nada”, lamentou o torcedor.
Por
outro lado, o torcedor Remista Adriano de Souza, 54, acredita que no primeiro
tempo o Leão foi inferior, mas não jogou mal. “O Remo só não acertava a
marcação do lado esquerdo do Paysandu em cima do Levy e do Felipe Marques. Foi
lá que o Paysandu se criou, mas além disso o Remo jogou bem”, ponderou.
Já
o torcedor bicolor Lucas Wanzeller, que foi ao estádio, o Paysandu foi mais
regular no primeiro tempo. “No segundo tempo o time deixou a desejar. O Perema
e Marcão comprometeram o jogo e o Remo se superou no segundo tempo e isso a
gente tem que admitir. Esperava mais do Moisés e Pedro Carmona, que são mais
técnicos, mas que infelizmente não renderam hoje”, avaliou Lucas.
A
remista Daniele Carvalho se disse surpresa. “Eu não esperava tanto assim do
Remo, mas eles nos surpreenderam. O ataque estava indiscutivelmente melhor do
que o deles (Paysandu) e foi isso que salvou o nosso time”, ponderou.
Fonte/Foto: Matheus Miranda e K.L. Carvalho
- Diário do Pará/Wagner Santana
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