QUASE 1 MILHÃO DE TARTARUGAS-DA-AMAZÔNIA SÃO SOLTAS NO MAIOR QUELÔNIO DA AMÉRICA DO SUL
A soltura de filhotes ocorre no tabuleiro no município de Aveiro,
no rio Tapajós. A desova, que começou em setembro, é acompanhada por moradores
que atuam como fiscais dos quelônios.
Quase
1 milhão de Tartarugas-da-Amazônia começaram a ser soltas no rio Tapajós, no
município de Aveiro, oeste do estado do Pará. A cada ano, ocorre a desova da
espécie no chamado tabuleiro de Monte Cristo, uma área de reprodução protegida
pelo Ibama, que contribui para o risco de extinção da espécie da natureza. É o
local onde as espécies nascem.
COMUNITÁRIOS
SE UNEM PARA CUIDAR DE QUELÔNIOS
O
trabalho de soltura faz parte das ações do Programa Quelônios da Amazônia
(PQA), que é desenvolvido pelo Ibama e tem o objetivo de preservar os
quelônios. Entre os dias 29 de setembro e 10 de novembro deste ano, mais de 10
mil fêmeas colocaram os ovos no principal sítio reprodutivo da espécie na
região Norte do Brasil.
O
ciclo de reprodução dos quelônios ocorre entre os meses de outubro e janeiro.
Para cuidar do tabuleiro e garantir tranquilidade durante a desova e o
nascimento dos filhotes, uma equipe composta por agentes do Ibama,
pesquisadores, biólogos e moradores da região se revezam na base do Ibama, no
trabalho de fiscalização.
Em
dezembro, quando as tartarugas saem dos ovos, a equipe faz a contagem para
avaliar o resultado da iniciativa de manejo, para que ocorra a soltura. O
coordenador nacional do PQA, Roberto Lavaca, afirma que todos os anos as fêmeas
migram para o tabuleiro para construírem ninhos e depositarem os ovos do maior
quelônio da América do Sul.
O
combate à caça ilegal é uma das formas de evitar a extinção dos quelônios na
Amazônia. “A espécie conta com a proteção do Instituto desde 1979, quando foi
criado o Programa Quelônios da Amazônia (PQA). Foram rondas frequentes e
pernoites diárias no tabuleiro para assegurar que o período de desova ocorresse
sem ataques”, destaca Lavaca.
O
trabalho no tabuleiro, que fica a 4 horas de lancha de Santarém, é desenvolvido
em parceria com professores e acadêmicos da Universidade Federal do Oeste do
Pará (Ufopa). Para a bióloga da Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio
Ambiente (Sapopema), Priscila Miorando, o número expressivo de tartarugas
impede a soltura de uma única vez. “O ideal é que sejam soltos na hora que
nascem”, afirma.
Tartaruga-da-Amazônia
Todos
os anos, milhares de Tartarugas-da-Amazônia estão prontas para nascer. Elas
precisam romper os ovos, depositados em covas na beira dos rios. Dentro do
ninho de areia, ocorre o momento da eclosão. A espécie chega a pesar 70 kg e
alcançar 90 cm.Possuem casco preto acinzentado no dorso e amarelo com manchas
escuras na parte ventral.
A
carne e os ovos são apreciados e usados em vários pratos da culinária
amazônica. Por este motivo, a espécie é alvo constante da captura ilegal.
Quando denunciados e encontrados, os responsáveis são multados com valores que
variam de R$ 700 a R$ 100 mil por infração ambiental, com acréscimo de R$ 500
por quilo de produto apreendido.
Fonte/Foto: Adonias Silva, G1 Santarém, PA/Ascom Sapopema
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