NO PARÁ, QUASE 50% DAS PREFEITURAS ADMITEM NÃO TER DINHEIRO PARA PAGAR O 13º
Os
municípios paraenses continuam enfrentando dificuldades para fecharem as contas
de 2017 devido aos efeitos da crise econômica instalada no País desde 2015 e a
consequente queda dos repasses federais. Pelo menos 97% dos prefeitos do Estado
consultados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) admitem que a
situação atual do País está impactando diretamente na sua administração e estão
comprometendo o pagamento do funcionalismo.
Mesmo
com o alívio trazido pelo repasse extra do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), uma injeção de R$ 141,4 milhões aos cofres das prefeituras do Pará,
referente ao 1% da arrecadação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e
do Imposto de Renda (IR), e do Apoio Financeiro aos Municípios (AFM) de R$ 70,3
milhões, concedido pelo governo federal aos prefeitos do Pará, como incentivo
para aumentar a cobrança da bancada federal na Câmara pela aprovação da Reforma
da Previdência, mais de um terço (36,9%) dos gestores municipais do Estado que
participaram da pesquisa revelam que estão com a folha de pagamento do mês de
dezembro atrasada.
Outros
33,8% já recorreram ao parcelamento do 13º salário, sendo que 9,1% reconhecem
que não conseguirão quitar a primeira parcela antes do dia 20 de dezembro. Uma
outra fatia de prefeitos, 27,3%, que já pagou a primeira parte do parcelamento,
não garante a quitação da segunda parcela antes dessa data. A Lei nº 4.090 de
1962, diz que, em caso de parcelamento, a parcela de seu adiantamento (metade
do salário recebido pelo empregado no mês anterior caso o mesmo tenha
trabalhado 12 meses completos) tem que ser paga de uma só vez até o último dia
de novembro. A segunda parcela, que é o montante residual, descontadas as
contribuições previdenciárias e tributos, deve ser paga no mês de dezembro.
No
grupo de 60,0% de prefeitos paraenses que responderam pagar o 13º salário em
parcela única, 10,3% disseram que essa bonificação será paga com atraso.
Somando os percentuais, são 46,7% das prefeituras reconhecendo que não
conseguirão pagar os seus respectivos servidores até o próximo dia 20. Ainda
segundo o estudo da CNM, com base nas informações da Pesquisa de Informações
Básicas Municipais (Munic) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e o Finanças do Brasil de 2016 (Finbra), estima-se que o 13º salário dos
296.971 funcionários municipais do Pará irá representar uma injeção adicional
de recursos na economia do Estado de R$ 443,22 milhões nesse fim de ano.
A
consulta aos gestores municipais do Pará revela ainda que 24,6% deles deixará
restos a pagar para o próximo ano; 32,3% está com atraso no pagamento de
fornecedores; 40% não conseguirá fechar as contas deste ano; 69,2% está com
obra parada de creches (25%), UPA, UBS (23%) ou outras obras (27%). Para se adequar a crise, a maioria dos
prefeitos do Estado reduziram as despesas de custeio (56%), do quadro de funcionários
(53%) e dos cargos comissionados (48%), desativaram veículos oficiais (42%) e
equipamentos (26%), alteraram o horário de expediente dos órgãos municipais
(26%). Uma parcela bem pequena (9%) reduziu os seus próprios salários e dos
vereadores.
Em
todo o País, 94,1% dos prefeitos que participaram da pesquisa responderam que
os recursos referentes ao repasse de 1% extra do FPM ajudam a pagar a
gratificação natalina (no Pará essa margem é de 92,3%). Apenas 4,3% dos
municípios acreditam que tal repasse não auxilia no pagamento do 13º salário.
Sobre a pontualidade das prefeituras quanto ao pagamento dos salários do
funcionalismo municipal, 93,5% responderam que a remuneração dos funcionários
municipais está sendo pagas em dia. Os funcionários públicos municipais são
majoritariamente estatutários (74,8%) e apenas 16% são regidos pela
Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT). No Pará, essas respectivas proporções
são de 73,8% e de 16,9%, segundo as respostas dos prefeitos que responderam o
questionário.
Quando
questionados sobre a possibilidade de atraso dos salários do mês de dezembro de
2016, 79,9% dos municípios responderam que efetuarão o pagamento em dia e 14,9%
atrasarão os pagamentos dos funcionalismo público municipal. Dos municípios
pesquisados, 53,7% declararam-se optantes do pagamento do 13º salário em
parcela única. Outros 44,5% afirmaram que efetuarão o pagamento em duas
parcelas. Neste ano, dos que responderam que fazem a opção do pagamento único,
15,4% disseram que já pagaram seus servidores, 75,2% que realizarão o pagamento
no dia 20/12, enquanto 6,4% declaram que terão dificuldades em honrar este
compromisso.
Dos
que responderam que efetuariam o pagamento em duas parcelas, 91,2% municípios
já pagaram da primeira parcela. Os gestores municipais que pagaram a primeira
parcela até 30 de novembro representam 6,4% dos municípios entrevistados. Em
relação à segunda parcela, que tem prazo estabelecido para pagamento até 20 de
dezembro, 89% declararam que irão pagar até a data fixada, sendo que 2,2% já
realizou o pagamento. Os outros 7,1% disseram que não terão condições de honrar
o prazo.
Fonte: Portal ORM News
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