JORNALISTA AMAZONENSE CONTARÁ HISTÓRIA DO CANTOR ZEZINHO CORRÊA EM LIVRO
Intitulado 'Eu quero tic, tic, tac - A saga de Zezinho Corrêa',
livro será lançado em outubro deste ano
O
jornalista e produtor cultural Fabrício Nunes, 35, teve o primeiro contato com
o cantor Zezinho Corrêa ainda na infância. “Estava na casa de uma amiga da
minha mãe (na Av. Constantino Nery) e ao lado da antiga auto peça Zezinho tinha
um clube, Lá, em uma das suas apresentações eu ouvia a música ‘Será Sagrado’.
Eu nunca esqueci”, relembra Fabrício.
Depois
que começou a fazer aulas de teatro no Sesc, Nunes sempre via o cantor por lá.
Quando passou a trabalhar no Sesc em conjunto com a cantora Lucilene Castro,
Fabrício estreitou os laços de amizade com Corrêa. “Ele é uma referência quando
se fala da Amazônia, e pensei que essa história precisava ser contada e
registrada”, concluiu.
Com
base nisso, Fabrício escreveu o livro “Eu quero é Tic, Tic Tac – A saga de
Zezinho Corrêa” para homenagear a vida e obra do artista amazonense, cujo grupo
Carrapicho levou o hit “Tic tic tac” às paradas musicais de todo o mundo nos
anos 90. A ideia surgiu como tema para o trabalho de conclusão de curso do
jornalista, que em todos os seus trabalhos procurava abordar a história de
artistas amazonenses. O livro está previsto para ser lançado em outubro, na
semana do aniversário de Manaus.
“Logo,
surgiu a ideia de uma livro-reportagem. Passados alguns temas, em um encontro
com o cantor em um posto de gasolina, realizamos uma conversa e ao retornar
para minha casa deu o insight de contar a história dele. Liguei para ele e
consultei se ele concederia a entrevista”, conta Fabrício.
Processo
Zezinho,
então, topou a ideia na hora. Depois, Nunes marcou uma entrevista que durou
cerca de oito horas e que foi registrada em vídeo – a qual Fabrício planeja
lançar em um documentário, no futuro. “E durante a entrevista dele, foram
citadas diversas pessoas que foram entrevistadas, como a Lucilene Castro,
Ednelza Sahdo, Carlinhos Bandeiras e muitos outros”, conta o escritor.
Além
das entrevistas com Zezinho e com pessoas ligadas ao artista, Fabrício também
consultou arquivos antigos do jornal A CRÍTICA, da Biblioteca Pública, e de
outros jornais que foram colecionados por Jane Veiga, guardiã de todo o arquivo
do cantor. “Também consultei o acervo fotográfico pessoal do Zé, da Lucilene
Castro e em livros lançados pelo SESC”, complementa Nunes.
Na
obra, Fabrício aborda todas as fases da vida de Zezinho, seja antes ou depois
da fama. “A história do Zé é muito emocionante desde o início, visto que ele
perseguia a história de ser cantor. Ele se emocionou diversas vezes,
principalmente na parte da religião. Ele é católico ferrenho e também às
passagens da família. Ele é um ser humano incrível, que merece ser um popstar,
pela sua humildade e por se manter sempre polido”, coloca.
Serão
disponibilizados alguns exemplares da obra para distribuição gratuita em
bibliotecas, escolas de todo o País e, posteriormente, os livros serão
encaminhados às livrarias para venda. “Temos um convite para lançarmos em
alguns estados, entre eles Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e também em feiras
como a do SESC. Há uma possibilidade do livro ser traduzido para o francês e
ser lançado em Paris e Suíça”, destaca Fabrício. “O Amazonas não tem memória e
precisamos deixar esse legado de amor com a música amazonense”, finaliza ele.
A
opinião do mestre
O
cantor Zezinho Corrêa se sente muito feliz com a homenagem de Fabrício.
“Considero um reconhecimento poder contar essa história tão minuciosa de acordo
com o que penso e o que vivi com minha arte. Para mim, essa história iria ficar
comigo guardada no peito para o resto da vida. E agora eu tive a oportunidade
de contar para as pessoas”, destaca ele.
Durante
a entrevista para o autor do livro, vários momentos o emocionaram, entre eles a
descoberta que teve em relação à sua vida com a música. “Jamais poderia
imaginar que seria cantor. Meu sonho era ser ator de teatro. Deus escreve certo
por linhas tortas e jamais imaginei que o teatro ia me fazer cantor”, diz Zezinho.
Os diálogos com os pais sobre a carreira foram outro ponto citado no livro. “O
que conversei com eles foi pouco, porque preferi que eles vissem o resultado da
trajetória”, pontua ele.
O
ponto alto dos fatos citados foi quando Zezinho descreveu uma época difícil que
viveu no Rio de Janeiro, onde morou para estudar teatro, na juventude. “Tive
momentos de concentração na gruta de Nossa Senhora de Lourdes, em Copacabana.
Eu ia sempre pedir a ela que o meu esforço com os estudos não fosse em vão.
Quando eu cheguei na França com a banda, descobri que ela é uma das santas mais
cultuadas por lá, tendo inclusive uma cidade com o nome dela. Foi ela quem me
levou para lá”.
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