ARTIGO: UM POUCO DE OTIMISMO. O BRASIL NOVO DERROTARÁ O VELHO!
Gilmar
Mendes mandou soltar um corrupto amigo seu, de cuja filha ele é padrinho. Não
se deu por suspeito, apesar da proximidade com o réu. No Brasil velho, amizade
próxima não é razão suficiente para um magistrado retirar-se do caso. Exemplos
não faltam de postura semelhante em todas as cortes do país.
Marcelo
Bretas mandou prender o corrupto, imediatamente depois de sua soltura. Para
desgosto do seu amigo ministro, novas evidências da roubalheira surgiram.
Bretas é um juiz rigoroso de moralidade inflexível, da mesma safra que Sergio
Moro. São exemplos do Brasil novo, que cresce em todos os segmentos da
sociedade.
O
Brasil velho desdenha, esperneia, defende com veemencia o status quo, trama
ardilosamente contra os lampejos de avanço institucional catalisados pela
ascensão do Brasil novo e vence algumas batalhas.
À
primeira vista, o velho parece prevalecer. ‘Não tem jeito’, dirão os mais
pessimistas. Existem inúmeras razões para o ceticismo. A esperança, porém, se
reestabelece quando duas variáveis novas são consideradas: o tempo e a
paciência.
Onde
estarão os Gilmares, Marco Aurelios, Collors, Renans, Sarneys, Lulas, Temers,
Ciros, Lewandoskys, Serras e outros representantes do Brasil velho, daqui a
duas décadas? Certamente longe dos holofotes, fora de cena.
O
Brasil velho caminha naturalmente para a aposentadoria, caduquice, túmulo. Seus
representantes, hoje poderosos, passarão. Duas décadas é muito tempo para um
indivíduo, mas um ‘nada’ na história de um país.
Como
estarão os representantes do Brasil novo ao final desse período? No auge da
carreira, em funções críticas nos mais diversos setores da sociedade. Não tenho
dúvidas de que estaremos em um lugar melhor, basta para isso que o novo não
ceda às tentações e vícios do velho, à medida que amadureça e assuma mais
posições de poder. Que este não seja capaz de inebriá-lo e envelhecê-lo.
O
tempo se encarregará de derrotar o Brasil velho. Gilmar pode mandar soltar
quantos corruptos ele quiser hoje, não tarda e ele não terá mais ‘caneta’ para
isso. Nesse dia, oxalá, Gilmares serão a exceção e Bretas e Moros, a regra.
Juízes não aceitarão salários de R$ 500 mil por serem amorais, mesmo que sejam
legais. Deputados não venderão seus princípios por uma obra ou um cargo e se o
fizerem, serão presos. Seria bom que isso tudo acontecesse amanhã, mas não é
possível. Além de tempo, precisamos de paciência.
O
Brasil novo destituirá o velho do poder, e aqui não me refiro somente à
política, mas aquele que emana das diversas posições chave na sociedade civil,
no Executivo, Legislativo, Judiciário, nas empresas, nas universidades, em
qualquer lugar. Essa passagem de bastão é incipiente e terá sido finalizada em
vinte anos. Caquético e moribundo, o Brasil velho não deixará saudades.
A
canalhada pode até comemorar as vitórias efêmeras da atualidade. Logo o STF,
baluarte do Brasil velho, revisitará o tema da prisão em segunda instância, um
dos maiores avanços institucionais da história, que provavelmente será revertido.
Os velhacos desfrutarão de outras pequenas vitórias. Serão temporárias, a
sociedade já não tolera a instituição da impunidade e da bandalheira, a voz do
Brasil novo ecoa cada vez mais forte.
O
Brasil velho será derrotado. Quem viver, verá. Amém.
Fonte/Foto: Blog do Victor

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