ALARMANTE: PARÁ TEM UM ROUBO A CADA QUATRO MINUTOS
Enquanto
você lê esta matéria, mais duas ou três pessoas são roubadas no Pará. De 1° de
janeiro a 20 de agosto de 2017 foram registrados 80.874 roubos no Estado, sendo
74 mil a pessoas e 6.879 roubos de veículos. No interior do Estado, foram
registradas 26.077 ocorrências e 48.760 na Região Metropolitana de Belém (65%).
Destes, 33.394 roubos foram na capital (68,4%).
No
total, levando em conta estes dados, o Pará registra cerca de 10 mil roubos por
mês, o que equivale a 333 por dia; 13 por hora ou ainda um a cada 4 minutos. Os
dados do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP).
Surge
daí a tal "sensação" de insegurança, que, na verdade, é a constatação
de um amplo e complexo panorama que assusta a todos. Neste cenário, um simples
caminhar nas ruas ou ainda o trânsito em veículos particulares ou ônibus se
torna uma tarefa angustiante.
Isto
provoca inúmeras reações, mudanças de hábitos por cuidado e/ou por medo. É isto
que ocorre atualmente com o autônomo João Felipe Portal, 28 anos, assaltado em
uma transversal da avenida Arthur Bernardes, bairro do Pratinha, em Belém. Ele
foi até uma residência no local fazer um pagamento. No entanto, ao sair de lá,
mesmo dentro do carro, foi abordado por uma pessoa que estava em uma bicicleta.
Com um revólver apontado em sua direção, ele entregou ao assaltante o celular,
carteira e ainda teve a aliança de casamento roubada.
Desde
então, passou a temer não somete a rua, mas também a Arthur Bernardes e outro
trechos na cidade. "Passo por lá e só faço olhar. Nem se me pagassem eu
entraria lá de novo. Agora for eu fico atento, na Arthur Bernardes, pelo
centro, em qualquer sinal, até aqui em Icoaraci. Do jeito que as coisas estão,
temos que mudar nossos hábitos, ficar 'mais ligados' em tudo", desabafa.
Algo
semelhante ocorre com a estudante universitária Karoline Figueiredo, 25 anos,
assaltada por duas pessoas em uma moto no Conjunto Maguari, em janeiro deste
ano. Ela levava a irmã de apenas 13 anos até a escola, quando foi roubada.
"Eles
passaram por mim, pararam e voltaram. Disseram que não era para gritar, que só
queriam minha bolsa. Como ia ao médico, pedi para pelo menos pegar um exame que
estava na bolsa e aproveitei e peguei um livro. Ele levou a bolsa com tudo. Fui
logo registrar o B.O. na Delegacia do Tenoné".
O
caso gerou traumas. "Depois disso fiquei bem traumatizada. Evito sair em
certo horários, evito sair sozinha. Se eu puder não sair, não saio, só saio
quando realmente precisa. Qualquer pessoa que chega perto de mim de moto, de
bicicleta, eu já fico assustada, fico imaginando as formas que as pessoas podem
me assaltar", lamenta a estudante.
Silêncio colabora para impunidade
"Não
registrei a ocorrência porque sabia que eu ia perder tempo e não isa resolver
nada. Sempre é assim". Assim define a decisão de não registrar B.O. o
autônomo João Felipe. Sem ponderar muito, ele preferiu retornar até sua casa
que parar em alguma delegacia para prestar queixa após ser assaltado.
A
prática não se restringe somente a ele. Muitas pessoas optam por não fazer B.O.
seja por nervosismo, devido à dificuldade de registro nas delegacias (vale
lembrar que, de forma no mínimo curiosa, boa parte fecha pela noite) ou pela
falta descrença de qualquer providência das autoridades responsáveis pela
segurança pública no Pará. Com a falat de denúncias, os números de crimes devem
ser bem maiores.
Respostas
A
reportagem do DOL entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança
Pública e da Defesa Social (Segup) e Polícia Militar para saber que medidas
estão sendo tomadas para diminuir estes índices.Também tentamos contato com a
Polícia Civil para saber porque algumas delegacias não funcionam à noite e de
que modo problemas em investigações e burocracia para registros terminam colaborando
para os altos índices de assaltos.
Fonte/Arte: Enderson Oliveira/DOL

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