A HISTÓRIA POR TRÁS DA ESTÓRIA: A DATA MAGNA DO PARÁ
O
feriado deste 15 de Agosto, que marca a adesão do Pará à independência do
Brasil, instituído há 18 anos como a data magna paraense, é a prova cabal de
que precisamos passar a limpo a nossa História. O distinto cidadão parauara não
tem a menor ideia de qual a importância da data para o Estado.
Nada
há a celebrar pelo dia 15 de agosto de 1823, de triste memória, quando um
mercenário inglês, John Grenfell, enganou os paraenses e assim conseguiu a
declaração de adesão, prendeu e causou a morte, por sufocamento, de 252 dos 256
dos rebeldes jogados no porão do brigue Palhaço, isto depois de ter executado
sumariamente cinco soldados. Até o cônego Batista Campos, que tinha pedido a
presença de Grenfell, foi por ele amarrado à boca de um canhão, e só escapou
pela interferência de terceiros e pelo receio de que seu assassinato reacendesse
a revolta.
Acontecimento
decisivo, histórico, marcante e fundamental para a vida e para a história do
Estado do Pará, episódio sangrento no qual escravos, índios e mestiços se
uniram à classe média para lutar por seus ideais foi a Cabanagem, que durou
cinco anos e matou cerca de quarenta mil pessoas de um total de cem mil de toda
a população, verdadeiro genocídio mas período político por demais significativo
que teve sucessivos governos e nunca foi devidamente estudado e registrado.
No
Rio Grande do Sul, a data magna estadual é a Revolução Farroupilha, o mais
longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros,
envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais - a Guerra dos
Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845 - que teve como pano de fundo os
ideais liberais, federalistas e republicanos, tendo sido inclusive proclamada a
República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.
No
hall de entrada principal da sede da Assembleia Legislativa do Pará, denominada
Palácio da Cabanagem, há um painel que ocupa toda a parede de fundo. Trata-se
de “A Adesão do Pará à Independência do Brasil”, pintado em 1971 pela
alenquerense Anita Panzuti (com a colaboração de Betty Santos), que retrata o
momento histórico: de um lado, o bispo Dom Romualdo Coelho assinando a
proclamação da adesão do Pará à Independência do Brasil; ao centro, o imponente
Palácio do Governo (Palácio Lauro Sodré, hoje Museu Histórico do Estado do
Pará), e, no lado direito, o brigue Maranhão, com o qual o almirante inglês
Lord Thomas Cochrane - a quem Dom Pedro passara o comando da Marinha do Brasil
- encarregara seu compatriota capitão John Pascoe Greenfell de ameaçar
bombardear Belém, afirmando que havia uma esquadra em Salinas, pronta para
bloquear o acesso ao porto da capital, isolando a Província do Grão Pará do
resto do Brasil, caso não optasse pela adesão. E, assim, obteve a adesão dos
paraenses à Independência.
Fonte/Foto: Franssinete Florenzano, em
uruatapera.blogspot.com.br


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