MINISTÉRIO PÚBLICO VAI APURAR USO DE IGREJAS NA CAMPANHA DE CANDIDATOS A GOVERNO DO AMAZONAS
Comitê contra o caixa 2 denunciou Amazonino Mendes (PDT), Eduardo
Braga (PMDB) e José Ricardo (PT)
O
procurador regional eleitoral, Victor Ricceli, afirmou que irá apurar a
denúncia sobre a utilização de instituições religiosa para a campanha eleitoral
para o governo do Amazonas, de autoria do Comitê Estadual de Combate à
Corrupção e ao Caixa 2. Na representação entregue, nesta segunda-feira (10), o
comitê citou os candidatos Amazonino Mendes (PDT), Eduardo Braga (PMDB) e José
Ricardo Wendling (PT), que estiveram em eventos religiosos.
Segundo
o documento, os coordenadores do comitê receberam de vários religiosos
denúncias de uso para campanha eleitoral de igrejas e reuniões religiosas. A
comissão também anexou postagens das redes sociais dos candidatos e publicações
na mídia.
“Será
analisada a situação concreta e se verificado algum tipo de abuso de poder
econômico, arrecadação ilícita de recurso ou doação irregular e que possa
afetar a normalidade das eleições, isso é passível de multa e de cassação de
mandato”, disse o procurador. “Tudo será analisado. A justiça eleitoral irá se
basear no caso concreto e nas provas”, disse o procurador.
No
dia 17 de junho, o então pré-candidato Eduardo Braga participou de um evento
público do Ministério da Restauração, com cerca de 100 mil fieis. O candidato
Amazonino Mendes participou no dia 9 de julho de um culto na Assembleia de
Deus. Já o candidato José Ricardo, esteve na sexta-feira em um
evento da igreja católica.
A
assessoria de Eduardo Braga e Marcelo Ramos (PR) informou que os candidatos
estiveram no evento, na condição de convidados. “Em nenhum momento os dois
discursaram para o público e muito menos falaram em eleição”, acrescentando que
a coligação está a disposição da Justiça Eleitoral.
A
coligação "Movimento Pela Reconstrução do Amazonas", de Amazonino
Mendes, informou por meio de nota que o candidato “não foi ao evento religioso
com equipe de comunicação ou apoiadores políticos. Foi convidado e esteve
presente. A coligação reitera que Amazonino não deu entrevistas ou propagandeou
sua candidatura”.
À
reportagem, José Ricardo (PT) afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação
e que não pediu votos nas atividades da igreja que participa. “Eu vou em muitas atividades, sou ligado à
igreja católica, mas não pedi voto, não tenho material distribuído. Não deixo
de ir às atividades da igreja, porque faz parte da minha rotina”, disse.
Caixa
Dois
O
Comitê também entregou documentos assinados pelas nove chapas que participam da
eleição suplementar para o governo do Amazonas, em que se comprometem a não
fazer o uso do caixa dois. A prática será investigada pelo Ministério Público
Eleitoral e a Polícia Federal.
Prática
é proibida
A
propaganda eleitoral no interior das igrejas é expressamente proibida, uma vez
que templos constituem bens de uso comum, sendo neles vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, segundo a Lei das Eleições.
Fonte/Foto: Camila Pereira – A Crítica/Show
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