LOBISTA DIZ AO JUIZ SÉRGIO MORO QUE REPASSOU PROPINA PARA JADER BARBALHO
O senador Jader Barbalho afirmou que “nunca teve conta na Suíça e
que cabe a Jorge Luz provar ao juiz os depósitos, o número da conta e as datas”
Lobista
diz ao juiz Sérgio Moro que repassou propina para Jader Barbalho O lobista
Jorge Luz, preso desde fevereiro pela Operação Blackout, 38ª fase da Operação
Lava Jato, afirmou ao juiz Sergio Moro, em depoimento ontem, 19, que os
senadores Jader Barbalho (PMDB-PA – foto) e Renan Calheiros (PMDB-AL), além do
deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) receberam propinas de 11,5 milhões de
reais a partir de contratos de dois navios-sonda da Petrobras.
O
dinheiro, segundo reportagem publicada no site da Veja, teria sido pago a
pedido de Fernando Baiano, um dos operadores do PMDB, em troca de sustentação
política a dois diretores da Petrobras – Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e
Nestor Cerveró (Área Internacional) -, que estariam “balançando” nos cargos
entre o final de 2005 e o começo de 2006.
Conhecido
como “operador dos operadores”, Jorge Luz disse ao magistrado que conhece Renan
e Jader desde os anos 1980 e, por isso, topou aproximá-los, com a ajuda de
Baiano, dos diretores da estatal.
Preso
sob a acusação de ter intermediado R$ 2,5 milhões de propinas da empreiteira
Schahin a funcionários da Petrobras, Luz e seu filho, Bruno – também preso -,
não são delatores, mas aceitaram colaborar com a Justiça nesse processo.
EXECUÇÃO
DE PAGAMENTOS
“Havia
um pedido alto para que houvesse esse apoio [aos diretores], o apoio se
traduziria em ajuda financeira e em uma oportunidade de que esses políticos
pudessem participar de operações que viessem a surgir no decorrer do tempo”,
disse. Segundo ele, houve uma reunião para discutir o caso.
“Estávamos
eu, o Cerveró, o Paulo Roberto Costa, o Aníbal, o Jader. Eu não tenho certeza
se o Renan estava”, disse, ressaltando que Renan havia participado de uma outra
reunião anterior. De acordo com Luz, o deputado Aníbal Gomes indicava a
Fernando Baiano as contas que deveriam receber propina e Baiano repassava a
informação ao lobista Júlio Camargo, representante da Samsung e da Toyo Setal e
responsável pela execução dos pagamentos. Como eram comuns atrasos nos
repasses, a relação entre políticos e operadores sofria “desgastes”, segundo o
lobista. A “conta do PMDB” indicada por Gomes e que receberia o dinheiro sujo,
de acordo com Jorge Luz, se chamava Headliner e era mantida em um banco em
Lugano, na Suíça.
DECLARAÇÃO
DE CRIMINOSO
“O
controle dos 11 milhões eu não tenho porque eu não participei. Eu participei de
toda a estruturação e, quando, em determinado momento, a relação passou a ficar
muito difícil, eu passei a ser intermediário na recepção das contas que o
Aníbal passava e eu entregava ao Fernando. Isso foi feito. Os 11 milhões e meio
vieram”. Como possuem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF),
Renan, Jader e Gomes não podem ser julgados por Sergio Moro. Ao jornal O Estado
de S. Paulo, o senador Jader Barbalho afirmou que “nunca teve conta na Suíça e
que cabe a Jorge Luz provar ao juiz os depósitos, o número da conta e as
datas”. Também diz que conhece Jorge Luz, mas jamais teve algum tipo de
negócio. Diz ainda que isso é declaração de criminoso que deve ser investigada
pela Justiça. Já Renan Calheiros diz que “conheceu Jorge Luz há mais de 20 anos
e desde então nunca mais o
encontrou.
Diz ainda que não conhece nenhum dos seus filhos. Há 20 dias, o senador prestou
depoimento ao juiz Sergio Moro como testemunha de Luz e reafirmou que a citação
a seu nome é totalmente infundada”.
Fonte/Foto: Blog do Jeso
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