BIOJOIAS DE ARTISTA AMAZONENSE CHEGAM NO WHITNEY MUSEUM, EM NOVA YORK




É o segundo passo da expansão internacional da designer, cujo trabalho já está sendo comercializado em Lisboa, na elegante Casa Pau-Brasil. No Brasil, a marca tem lojas no Shopping Leblon e no Aeroporto Internacional do RJ
Que as tendências tropicais da cultura brasileira estão em alta todos nós sabemos. Agora, especificamente a arte amazônica vai invadir um dos centros culturais mais visitados de Nova York, o Whitney Museum. E a responsável pela inserção dessa arte é a amazonense Maria Oiticica, cujas biojoias estarão à venda no museu americano ainda este mês. É o segundo passo da expansão internacional da designer, cujo trabalho já está sendo comercializado em Lisboa, na elegante Casa Pau-Brasil.
No Brasil, a marca tem lojas no Shopping Leblon e no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. “Eu convivo com curadores de museus e com o meio das artes plásticas nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil. Essa aproximação torna o meu trabalho conhecido”, conta. “As pessoas visitam a loja ou o site, compram para si porque gostam e acabam indicando a marca para as lojas dos museus. É interessante que as biojoias acabaram de chegar no Museu e antes de serem expostas já fizeram outro pedido”, complementa.
Os colares, pulseiras, brincos, anéis e bolsas são criados artesanalmente, com sementes, cipós, casca de árvores, folhas, madeiras, peles e escamas de peixes, por vezes, com acabamento em prata ou ouro.
Sobre a chegada das peças nos Estados Unidos, Maria afirma que é uma conquista bastante significativa emocionalmente. “Me remete ao início do meu trabalho, quando, pela primeira vez, fui apresentada formalmente à imprensa e ao público em geral. As pessoas me perguntavam, à época, quando eu lançaria a próxima coleção. Respondia que eu ainda precisava mostrar minhas peças para o mundo. Estar na loja do Whitney e em Lisboa é parte disso. Na Europa e nos Estados Unidos eles valorizam muito o artesanato”, diz a artista.
O início
Com 15 anos de carreira, a designer conta que iniciou seu trabalho de forma despretensiosa, por hobby. Segundo Maria, há alguns anos, ela encontrou algumas sementes de jarina - o marfim da Amazônia -, e encantada, comprou os materiais com a intenção de elaborar alguma coisa posteriormente.
Anos depois, precisou presentear a curadora de um museu internacional e achou que era a hora de colocar a mão na massa. “Saí procurando algo que representasse a Amazônia, mas só pensava em colar e pulseiras. Procurei presentes e não encontrei nada que me agradasse. Resolvi fazer. Comprei algumas peças, fiz uma pulseira e dei de presente. Ela ficou encantada”, relata a artesã.
De lá para cá, Maria Oiticica não parou mais. “Comecei a desenvolver, gostei tanto e fiz diversas pulseiras, mexi com tingimento, realmente fiquei encantada”, diz.
Em uma viagem ao Rio de Janeiro, ela expôs seus produtos em um bazar no famoso Iate Clube. “Arrumei minha mesa, que ficou tão linda que pediram pra colocar na entrada do local”, relembra. Em 2003, ela se mudou para a capital fluminense – mudança motivada inicialmente pelos negócios do marido – e lá fixou o seu projeto.
Maria faz questão de ressaltar suas raízes. Na infância, ela conta que já recortava visuais que vinham em revistas, copiava os looks de sua mãe e colocava-os numa cartolina. “Nossas brincadeiras eram muito criativas, tudo de papel, pequenos móveis, depois fazia roupas de bonecas”, conta. Seu pai, comerciante dos rios da Amazônia, sempre trazia alguns elementos da floresta, como cipós, sementes e frutos. Tudo virava brinquedo nas mãos artísticas da família.

Fonte/Foto: Alexandre Pequeno – A Crítica/Show

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