RIO SOLIMÕES INVADE RUAS E DEIXA CIDADE NO AM ALAGADA DURANTE CHEIA
Escolas de Anamã suspenderam aulas. Mais de 57 mil famílias foram
afetadas em todo estado
O
Rio Solimões invadiu todas as ruas de Anamã, município a 160 km de Manaus. A
subida do rio ocorre durante os primeiros meses de cada ano. A elevação do
nível do rio fez a cidade decretar emergência e escolas municipais precisaram
ser fechadas. Anualmente, por alguns meses, as canoas passam a ser o meio de
transporte comum nas ruas. Na capital, o cenário é parecido. A cheia poderá ser
uma das dez maiores já registradas.
Anamã
e outros 31 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Mais de 57
mil foram famílias afetadas em todo o estado. Na capital, a Defesa Civil espera
que 15 bairros devam ser atingidos pelo Rio Negro.
O
Serviço Geológico do Amazonas (CPRM) estima que a cheia de Manaus deve ficar
entre as dez maiores já registradas na cidade. O Rio Negro atingiu nesta quarta
a marca de 28,99 m nesta sexta-feira (2). A cheia dos rios no Amazonas deve se
estabilizar nos próximos dias.
As
chuvas se intensificam nos primeiros meses do ano e colaboram com o aumento no
volume dos rios. Em junho, o Amazonas, entra no período de seca. A previsão
para as próximas duas semanas é de chuvas abaixo da média.
Anamã
O
nível do rio, em Anamã, surpreendeu até quem está acostumado com as cheias no
município. A medição da cota não é realizada no município.
"Deu
a entender que não ia alagar, então as pessoas não se prepararam. E esse rio
encheu muito rápido. Hoje tá ai como você tá vendo", disse o prefeito do
município, Raimundo Pinheiro da Silva.
Além
das escolas do município, casas e órgãos públicos foram atingidos. Funcionários
da prefeitura trabalham sobre tablados de madeira, chamados de
"marombas".
"Com
a ajuda da maromba, graças a Deus o trabalho, ele ficou fácil, a gente coloca
as nossas coisas. Se não estraga e desse jeito aqui que fizeram, que foi
levantado ontem, melhorou muito mais pra gente", contou a chefe do setor
pessoal da Prefeitura, Teresa Amorim.
“Veneza”
No
hospital da cidade de Anamã, a água está na porta e no posto de saúde só se
chega de canoa. Apesar de tanto rio ao redor, não há água dentro do posto.
Na
cidade, onde não se vê o asfalto das ruas por pelo menos três meses do ano, o
comum é andar de canoa. Por isso o município de Anamã é conhecido como a
“Veneza do Amazonas”.
As
canoas servem principalmente como transporte para os moradores, mas também ajudam
na coleta de lixo. É enfrentando as águas que as famílias tentam manter a
rotina. Vida que não para na Amazônia Alagada.
Os
12 mil habitantes de Anamã aprendem, desde cedo, que num lugar onde o rio é
estrada, empunhar o remo e controlar a canoa não é brincadeira, é questão de
sobrevivência.
Fonte/Foto: G1 AM, com colaboração de Luciano
Abreu, da Rede Amazônica/Luciano Abreu
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