ARTIGO: AS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO DE 20 ANOS PARA CÁ!
*Ana Regina Caminha Braga
Nos últimos dias ao conversar com um amigo sobre a
Educação de anos atrás e suas disciplinas como Educação Moral e Cívica, dentre
outras, ficou uma pergunta: Será que estas disciplinas não podem retornar as
escolas com outra perspectiva, contemplando os direitos e deveres do cidadão, a
coletividade e outros fatores? Ou temos esta abordagem com um contexto
diferenciado?
Na trajetória deste amigo e na minha também,
algumas disciplinas eram norteadoras de uma formação de respeito, valores,
limites e de cidadania. Não sei, mas me parece que antigamente a escola tinha
um amparo, um conhecimento ou um interesse mais enfático nestas perspectivas,
talvez de sujeitos esclarecidos, com opinião própria.
Nossa reflexão estava centrada nesta preocupação
diária em abordarmos conteúdos e mais conteúdos com as crianças do Ensino
Fundamental e principalmente do Ensino Médio, por vezes, deixando-as com uma
lacuna nas relações interpessoais. Desta forma, continuamos o questionamento:
Será que já sabemos quem são estas crianças? A que vieram e como podemos
direcioná-las enquanto educadores, pais/responsáveis?
A criança está no processo para se tornar adulto, é
um ser em potencial. Logo, o processo na jornada de realizações é justamente
indicado pela aquisição de habilidades e o cumprimento de tal estágio. A
criança, tempos atrás era vista como uma tábula rasa, mas hoje elas chegam à
sociedade com um grande número de informações e conhecimento, além de sempre
abertas as coisas novas que lhe serão apresentadas. Nós como educadores
precisamos motivar seu crescimento intelectual de maneira eficaz, com
princípios e valores que transformem um pouco o mundo atual com suas ações.
Na Educação Infantil, as atividades precisam ter um
peso avaliativo, de produção, ou seja, que mostre aos pais o conteúdo
contemplado. No Ensino Fundamental, as matérias se multiplicam e a criança já
sente esta responsabilidade, em dar conta dos conteúdos, caso contrário os pais
ou responsáveis não consideram seu desenvolvimento. No Ensino Médio a
“enxurrada” de conteúdo é sem limites. A criança, muitas vezes assimila, armazena
tudo isto para os primeiros minutos do vestibular ou para a realização de uma
prova.
Bingo! Agora este aluno é um universitário e eu
fico pensando: Esta criança não sai da escola como um depósito de informações,
conteúdos
automatizados que nesta nova fase não saberão mais
como utilizá-las? E se ao invés de traçarmos toda esta luta diária com os
conteúdos, também abrirmos um espaço para trabalharmos com os alunos as
questões de cidadania, civilização, respeito ao próximo, o estilo, tempo e momento
de aprender de cada um?
A competitividade existe no meio acadêmico e no
mercado de trabalho, mas precisamos ter consciência e controle de nossas
aprendizagens, sem passar na frente dos outros desrespeitando os valores dos
demais, o espaço do outro, sua formação, seus pensamentos, suas propostas.
Acredito que resgatando estas disciplinas podemos
evitar a propagação de tantas atitudes indevidas, ligadas diretamente a escola
como acompanhamos na mídia e nos nossos espaços de trabalho. Assim, pode ser
possível amenizar os rótulos e diagnósticos precoces de crianças e demais
sujeitos, nos consultórios psicológicos ou psicopedagógicos.
“Ontem um menino que brincava me falou que hoje é
semente do amanhã. Para não ter medo que este tempo vai passar, não se
desespere não, nem pare de sonhar. Nunca se entregue, nasça sempre com as
manhãs. Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar! Fé na vida Fé no homem,
fé no que virá! Nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será".
*Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail.com) é escritora,
psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar.
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