MATERIAL DE COMBATE AO PRECONCEITO INDÍGENA É PUBLICADO. FAÇA O DOWNLOAD
O Ministério Público Federal (MPF) publicou a
versão digital do material didático com informações para o combate às atitudes
de preconceito, racismo e discriminação contra povos indígenas.
O download, disponibilizado desde ontem, 15, pode
ser feito por neste link.
A produção do material é resultado de um acordo
assinado em outubro do ano passado
em Santarém pelo MPF, União, estado do Pará e município de Santarém perante a
Justiça Federal e com a mediação do juiz federal Domingos Daniel Moutinho da
Conceição.
O acordo foi assinado em um processo judicial
aberto em 2014 a partir de ação em que o MPF pediu à Justiça que obrigasse a
União, o estado do Pará e o município a promoverem com urgência medidas
educativas para combater o racismo contra indígenas em Santarém.
Denúncias registradas pelo MPF mostram que atos
discriminatórios contra os índios têm sido recorrentes no município,
principalmente em ambientes escolares ou em meio a disputas pelo direito à
terra.
PRECONCEITOS
O material foi assinado pela pedagoga especialista
em coordenação pedagógica Iára Elizabeth Sousa Ferreira Arapyun, coordenadora
da Educação Escolar Indígena da Secretaria Municipal de Educação de Santarém, e
pelo acadêmico de Direito Cauã Nóbrega da Cruz Borari, professor da Língua
Nheengatu.
Colaborou o analista jurídico do MPF em Santarém
Rodrigo Magalhães de Oliveira.
O texto busca apontar ideias muitas vezes recebidas
e retransmitidas como verdadeiras, mas que são preconceitos camuflados,
carregados de discriminação e violência. Como exemplos, os autores citam os
pensamentos de que os índios são primitivos, aculturados, preguiçosos, e estão
desaparecendo.
FALSAS
Para cada uma dessas falsas ideias os autores
contrapõem respostas objetivas e bastante didáticas que deixam claro o quanto
deseducadores e promotores da violência são os princípios a partir dos quais
essas falsas ideias foram geradas.
O material terá versão impressa com tiragem de 15
mil exemplares, a serem distribuídos na rede pública de ensino de Santarém.
A publicação da versão online estava prevista para
ocorrer assim que a versão impressa começasse a ser distribuída, o que deve ocorrer
dentro de aproximadamente dos meses.
A mais recente onda de violência contra indígenas
no país, como o ataque contra o povo Gamela (MA), levou o MPF a antecipar a
divulgação da versão digital.
“Nossos antepassados foram massacrados,
dispersaram-se por esses rios e matas para sobreviver, precisaram se esconder.
Depois foram proibidos de falar a própria língua, foram obrigados a falar a
língua do colonizador e negar a própria identidade. Mas, resistentes,
sobrevivemos às tentativas de negar a nossa existência. E apesar dos direitos
que hoje nos são garantidos, continuamos lutando contra toda forma de
preconceito que nos nega a demarcação das nossas terras e a gestão de nossos
bens naturais, a saúde diferenciada, a educação escolar diferenciada com qualidade,
a autodeterminação política e até mesmo o direito ao pertencimento étnico”, diz
trecho do material.
Fonte/Foto: z fioravante, com
informações e foto do MPF/PA
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