JORNALISTA AMAZONENSE E ARTISTA PAULISTA LANÇAM MOSTRA SOBRE A AMAZÔNIA NA BÉLGICA
‘Porã-Katu’ (no Tupi, Beleza Benevolente) visa ampliar o olhar do
estrangeiro sobre a Amazônia através da cultura indígena. A mostra é uma
criação de Mayara Brilhante, de Manaus, em parceria com Babi Avelino, de SP
Ampliar
o olhar do estrangeiro sobre a Amazônia através da cultura indígena. Esse é o
objetivo da exposição “Porã-Katu” (no Tupi, Beleza Benevolente) em cartaz de 05
de maio até 16 de junho na cidade de Liège, na Bélgica. Criada e concebida pela
artista paulista Babi Avelino em parceria com a jornalista amazonense Mayara
Brilhante, o evento reúne exibição de
documentário sobre a visita do rei belga Leopoldo III ao Xingú e à
região Norte, atividades de “lambe-lambe” e acervo fotográfico sobre os índios
do Xingú, divididos em oito temas.
![]() |
| Babi Avelino em uma de suas andanças pela Amazônia |
De
acordo com Mayara Brilhante, o projeto nasceu após uma conversa “útil e
agradável” com Babi, onde abordaram sobre as experiências antropológicas e
culturais que elas carregam sobre a Amazônia. “Nós conhecemos a realidade
indígena e queremos que as outras pessoas conheçam também. Nosso objetivo é
mostrar que a Amazônia é rica em cultura, e desfazer aquela imagem mística que
o europeu tem da região, acreditando que só tem mato e floresta. A Amazônia é
sim a maior floresta do mundo, mas ela tem muito mais do que isso”, disse
Brilhante acrescentando que o projeto faz parte do estágio acadêmico dela como
mestranda bolsista da Université de Liège (ULg).
Para
Avelino, a exposição é uma oportunidade para mostrar a força da feminilidade, a
fusão do velho e do novo e traduzir a trajetória de 17 anos do percurso
artístico dela na Europa. "Depois que encontrei a Mayara, senti uma enorme
vontade de rever todas as imagens que eu realizei durante minhas viagens ao
Xingú. Isso foi em 2004, 2006 e em 2010. Passei vários dias, até meses com as
tribos do Xingú e outras etnias. Sempre busquei focar meu trabalho nas questões
de direito à terra e preservação da natureza, que são assuntos que nunca foram
realmente resolvidos no Brasil", disse Babi.
Preservação
A
exposição tem o objetivo de dar um alerta acerca das causas indígenas. “Ela tem
caráter político, educativo e social por mostrar um tema tão delicado. Social
por mostrar a cultura dessas pessoas e como vivem”, avalia Brilhante.
Ao
mostrar a cultura dos indíos do Xingú, habitantes da região homônima localizada
na porção sul da Amazônia Brasileira, entre os estados do Pará e Mato Grosso
(MT), a ideia das criadoras é emitir a mensagem de preservação daquele
território e do povo residente ali. “Entre os problemas que serão abordados
está a exploração ilegal de madeira, a construção da usina hidrelétrica em Belo
Monte, no Pará, e o desmatamento para plantação de soja, comercializada
especialmente para os EUA e Europa”, finalizou Mayara.
Cada
tema abordado na exposição carrega um nome indígena: Avá (índio); Kunhã-Bá
(femme fatale); Rito (instalação artística sobre de fotografias de performance);
Caribú (mostra mulher da tribo Kayapo se banhando no rio); Mur à souvenirs
(parede memorial feita em co-criação com o público); Xingu e Fragilidade.
Saiba +
O
público alvo para esta exposição será
jovens estudantes, bem como acadêmicos universitários dos cursos de artes,
história e demais outros cursos da área de ciências humanas, amantes das artes
em geral, turistas e população estrangeira que reside na cidade, curiosos e
demais pessoas que possam se interessar pela temática da exposição.
Perfis
Babi
Avelino é publicitária. Dedicou parte de
sua carreira na análise e vivência com diversas tribos indígenas da Amazônia
durante os anos de 2002 a 2008, com o intuito de mostrar a realidade dos povos
indígenas dentro e fora do Brasil. Desenvolve projetos usando fotografia e
audiovisual em uma tentativa de criar uma narrativa estética, poética e mística
em torno dela.
Mayara
Brilhante é jornalista formada pela
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é mestranda bolsista da Université de
Liège (ULg) em “Communication et Information, à finalité en Médiation
Culturelle et Métiers du Livre”, e tem a região amazônica como parte de seus
projetos acadêmicos. Trabalhar com cultura e turismo despertaram nela o valor e
desejo de disseminar a riqueza da região amazônica.
Fonte/Foto: Mayrlla Motta – A Critica
Manaus/Babi Avelino


Nenhum comentário:
Postar um comentário