ARTIGO DEDOMINGO: QUANDO O BRASIL QUEBROU



 - por Lúcio Flávio Pinto (*)

Em 2014, os gastos somados dos governos federal, estaduais e municipais superaram suas receitas em 276,9 bilhões de reais, valor equivalente a 4,9% do PIB (Produto Interno Bruto).
Em 2015 o déficit das contas públicas aumentou 84% em relação ao ano anterior. Atingiu R$ 512,2 bilhões, ou 8,5% do PIB. Esse valor inclui a diferença entre receitas e despesas dos governos, mas deixa de fora os gastos com estatais e aquisição de ativos não financeiros.
Os dados, que fazem parte da publicação Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária do Governo, do IBGE, foram divulgados no dia 05 de maio.
Por ser cada vez pior o déficit em que se encontram, as administrações públicas tiveram que recorrer a mais financiamentos, que chegaram a R$ 519,9 bilhões em 2015, o equivalente a 8,7% do PIB. A necessidade de financiamento aumentou 59% de 2014 para 2015.
Com a queda na arrecadação, maiores despesas e juros mais altos, a fórmula da crise corroeu a capacidade de investimento do setor público.
Em 2015, a formação bruta de capital fixo, indicador de investimento, caiu 26,2% em relação a 2014: era de R$ 138,1 bilhões e ficou em R$ 101,9 bilhões, para atender 200 milhões de pessoas num território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
A queda nominal (sem descontar a inflação) na formação bruta de capital fixo afetou as três esferas de governo, sendo maior nas administrações estaduais, que sofreram redução de 38%.
Os dados, produzidos em parceria pelo IBGE, Secretária do Tesouro Nacional e Banco Central, contêm “uma visão inicial das contas dos governos nos processos econômicos de produção, geração e distribuição de renda, consumo de bens e serviços e acumulação de capital”. Essas informações passarão a fazer parte das Contas Nacionais Anuais, que expressam o PIB.
Elas confirmam o que a realidade mostrava nesse período: a enorme incompetência de Dilma Rousseff no comando do Brasil com sua desastrosa política econômica. Sem falar de outros aditivos negativos, que estão estourando como o legado até então represado do governo do PT.


 (*) Lúcio Flávio Pinto é jornalista profissional desde 1966. Percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Durante 18 anos foi repórter em O Estado de S. Paulo. Em 1988 deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal, newsletter quinzenal que escreve sozinho desde 1987, baseada em Belém.
No jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos Jornalistas. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace e, em 2005, o prêmio anual do CPJ (Comittee for Jornalists Protection), de Nova York.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.