SERVIDORES PÚBLICOS DE SANTARÉM-PA FARÃO CURSO DE FORMAÇÃO SOBRE OS DIREITOS INDÍGENAS
Servidores
públicos estaduais e federais da educação e das demais áreas que prestam
serviços a indígenas vão participar de um curso de formação em Santarém sobre
os direitos indígenas e o respeito à diversidade etnicorracial.
O
objetivo é incentivar mudanças de práticas institucionais dos órgãos públicos,
proporcionando que os servidores sejam multiplicadores de conhecimento e
estimulem relações positivas entre os diferentes grupos raciais e éticos.
O
curso vai ocorrer de 29 a 31 deste mês no auditório Maestro Wilson Fonseca, do
campus Rondon da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), com um total de
120 participantes dos órgãos públicos convidados.
As
palestras tratarão da cultura e história indígena em geral, com ênfase nos
povos do baixo Tapajós e Arapiuns. Também serão abordados direitos indígenas, a
discriminação contra indígenas, e políticas públicas e saúde e educação
diferenciadas.
Já
as oficinas vão tratar da educação para as relações etnicorraciais e do direito
à Consulta Prévia, Livre e Informada garantida pela Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
ACORDO
A
realização do curso é resultado de um acordo assinado em outubro do ano passado
pelo Ministério Público Federal (MPF), União, Estado do Pará e município de
Santarém perante a Justiça Federal e com a mediação do juiz federal Domingos
Daniel Moutinho da Conceição.
O
acordo foi assinado em um processo judicial aberto em 2014 a partir de ação em
que o MPF pediu à Justiça que obrigasse a União, o Estado do Pará e o município
a promoverem com urgência medidas educativas para combater o racismo contra
indígenas em Santarém.
Denúncias
registradas pelo MPF/PA mostram que atos discriminatórios contra os índios têm
sido recorrentes no município, principalmente em ambientes escolares ou em meio
a disputas pelo direito à terra.
HISTÓRICO
Há
aproximadamente duas décadas, diversos povos indígenas da região de Santarém
passaram a se engajar em um amplo movimento de autodeterminação de suas
identidades indígenas e reivindicações de direitos constitucionalmente
assegurados, tais como demarcação de territórios, educação diferenciada e
saúde, registrou a ação do MPF.
Esse
processo, no entanto, é encarado com desconfiança pela sociedade regional em
atividade no município, que negam a identidade indígena desses povos.
“São
constantes as afirmações de que se trata de índios falsos, que tentam se passar
por índios para obter supostos benefícios, obter terra alheia, etc”, informou,
na ação, trecho de relatório pericial do analista em antropologia do MPF em
Santarém, Raphael Frederico Acioli Moreira da Silva.
Fonte: MPF


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