REPORTAGEM REVELA IMPACTO DE MINA DE OURO NO PARÁ




No último dia 2 de fevereiro, o governador Simão Jatene autorizou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) a conceder licença ambiental para que a mineradora canadense Belo Sun se instale em Volta Grande do Rio Xingu para explorar o valioso minério. O investimento total no projeto de extração de ouro alcança R$ 1,22 bilhão. A produção média será de cerca de 150 mil onças de ouro/ano.
Mas a sociedade civil organizada da região, comunidades indígenas e ribeirinhas, órgãos internacionais e o Ministério Público Federal (MPF) apontam várias falhas no processo de licenciamento. No início de fevereiro, o MPF chegou a sugerir que a Semas negasse a licença ambiental para o projeto. Para esclarecer os paraenses sobre a questão, a RBATV inicia amanhã uma série de quatro reportagens realizadas pela sucursal de Altamira sobre o projeto.
O repórter Lucas de Castro foi conhecer de perto a realidade das comunidades que serão diretamente impactadas pelo empreendimento. A equipe da Band de Altamira foi a primeira emissora de TV a visitar a região dois dias depois da licença ambiental ser liberada. Helena Araújo, do Movimento Xingu Vivo, classifica o projeto como mais uma “tragédia” para a região. “Assim como Belo Monte entrou nas nossas vidas causando um caos, não vai ser diferente com a Belo Sun”, ataca. “Você é escorraçado, humilhado e oprimido... Somos tratados como bandidos com o aval das autoridades”, lamenta o garimpeiro Luiz Fernando Pereira.
EXPECTATIVA
A equipe visitou a Vila da Ressaca, no município de Senador José Porfírio, às margens do rio Xingu, no sudeste do Pará. É a localidade mais povoada dentre as que ficam próximas à Belo Sun e onde moram 400 famílias ou cerca de 2 mil pessoas. A vila será removida antes do começo da exploração do ouro. A mineradora garante que serão realocados para casas com energia, água, escola e posto de saúde. Coisas raras na vida atual dos moradores. Como a Belo Sun vai explorar a área com equipamentos de última geração, o medo dos garimpeiros é que sejam ignorados nesse processo.
Mauro Barros, diretor da Belo Sun na região, garante ter mapeado todos os possíveis impactos durante o processo de licenciamento e garante que vai desenvolver projetos para controle e mitigação desses impactos. “As vilas mais próximas ao empreendimento serão beneficiadas por programas de realocação e inclusão social. Trabalhamos com o Governo do Estado para controlar e minimizar quaisquer riscos envolvidos com o projeto”, garante o diretor.

Fonte/Foto: Luiz Flávio - Diário do Pará/Reprodução RBA TV

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