PESQUISADORA DO INPA RECEBE PRÊMIO EM PARIS POR ESTUDO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Fernanda
Werneck é a única brasileira premiada na edição internacional da “Rising
Talents”, que acontece dia 21 de março
Entender a nossa biodiversidade para poder
valorizá-la e preservá-la a médio e longo prazo, além de repensar nossos
hábitos para deter o avanço do aquecimento global. É o que defende a
pesquisadora Fernanda Werneck, 35, do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTIC), uma das 15 cientistas do mundo – a única brasileira – a
ser agraciada na edição internacional da premiação Rising Talents, evento que
acontece no próximo dia 21, em Paris, na França.
Werneck, que em 2016 venceu o prêmio Para
Mulheres na Ciência - entregue pela L'Oréal, juntamente com a Unesco e a
Academia Brasileira de Ciências (ABC) - lidera uma pesquisa que integra
abordagens ecológicas e evolutivas utilizando lagartos como organismos-modelo
para avaliar os efeitos de mudanças climáticas globais na variação genética e
padrões de fluxo gênico através do ecótono (região de transição
Amazônia-Cerrado), as capacidades adaptativas e os riscos de extinção das
espécies.
De acordo com ela, os estudos têm como
objetivo aprimorar o conhecimento sobre a biodiversidade dessa região, que
coincide com o Arco do Desmatamento, e abrange mais de 500 mil quilômetros
quadrados entre Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, para ajudar a
criar melhores estratégias de conservação. “Esses animais dependem muito de
temperaturas ambientais para regular a temperatura do corpo e são mais
suscetíveis às mudanças”, aponta a cientista brasileira.
Ela revela que estudos preliminares mostraram
que as populações de lagartos vivem em temperaturas críticas, sendo que os
limites máximos térmicos que as espécies parecem suportar são maiores no
ecótono do que na porção central da Amazônia. “Estamos usando abordagens atuais
de sequenciamento de DNA para saber se essas populações passaram por processo
seletivo, se aguentam temperaturas maiores do que já foram selecionadas para
entender onde estariam mais em risco de extinção”.
A pesquisadora explica que esse tipo de
pesquisa é muito importante para subsidiar estudos posteriores sobre as
espécies. “Não é muito fácil chamar atenção para essas pesquisas básicas porque
muitas pessoas têm dificuldade de ver sua aplicação. Mas, para preservar, a
gente precisa entender. Estou muito feliz. É uma honra muito grande poder receber
esse reconhecimento que vem premiar não só uma carreira, mas um projeto que é
fruto de um esforço colaborativo”, disse Fernanda Werneck.
Leia a matéria na íntegra no link abaixo:
http://www.acritica.com/channels/governo/news/pesquisadora-do-inpa-recebe-premio-em-paris
Fonte/Foto:
Silane Souza/A Critica
Nenhum comentário:
Postar um comentário