EM QUEDA: TURISMO NO PARÁ PERDE FORÇA, MESMO NO CARNAVAL
No
Carnaval, Belém passou os dias de folia na penúria, com taxa de ocupação de
hotéis em torno de pífios 10%, ante 15% do ano anterior, segundo dados do
Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Pará (SHBRS-PA). Os dados
levam em conta os hotéis, pousadas, hostel e casas para aluguel por temporada
na capital paraense.
A
baixa ocupação, afirma o diretor jurídico do Sindicato, Fernando Soares, deixa
explícita a maquiagem de números apresentados no começo do ano pelo Dieese-PA e
a Secretaria Estadual de Turismo, que apontou um fluxo de 1,03 milhão de
visitantes em 2016, sendo 916 mil brasileiros e 114 mil estrangeiros. Soares
afirma que os dados do Dieese e da Secretaria são “irreais”. “Os dados de Belém
estão bem abaixo de outras capitais do Norte do País, como Manaus (AM) e Porto
Velho (RO), onde as taxas de ocupação dos hotéis ficaram em 30% no período”.
Segundo
ele, o Pará não recebeu um volume tão grande de turistas como as estatísticas
do Governo apresentaram e segue sem receber esse volume de visitantes. “Não há
como considerar aqueles números algo que corresponda à realidade. Basta olhar o
cenário local para ver de perto o problema”, diz. Soares destaca, ainda, que a
suspensão dos desfiles das escolas de samba da capital, por uma determinação da
Prefeitura de Belém, piorou a situação. “Tive informações de um hotel que tinha
apenas 6 hóspedes. Falta investimento do Governo na promoção do turismo no
Estado, que poderia ser um grande gerador de emprego e renda”.
Fernando
Soares diz que números apresentados pelo Governo do Pará são irreais e
superestimados. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)
12
MIL VAGAS
O
diretor do Sindicato lamenta que, apesar de todo o potencial da capital
paraense para o turismo, com roteiros ecológicos, locais conhecidos em todo o
País - como o Ver-o-Peso - e culinária reconhecida nacionalmente, não haja
atração de turistas nessa época do ano. Belém e região metropolitana dispõem de
12 mil leitos, em diferentes meios de hospedagem. Em 2014, eram 15.386. A
movimentação de turistas durante o Carnaval acontece em maior escala para o
interior do próprio Estado.
FALTA
INVESTIMENTO NA DIVULGAÇÃO
De
acordo com Fernando Soares, a falta de investimentos na promoção do Estado como
destino para o turismo de lazer e de negócios e a inexistência de uma
negociação consistente com as companhias aéreas para oferta de tarifas mais
atrativas são alguns dos fatores negativos ao turismo na capital, assim como o
enfraquecimento do Carnaval em Belém. “Nos últimos 2 anos, as taxas de ocupação
ficaram em torno de 15% na cidade. Este ano, sem o desfile, não passa de 10%”.
Segundo ele, já o turismo para as praias e demais pontos turísticos do interior
do Pará nesta época do ano, consegue se manter ativo para quem busca diversão
ou tranquilidades neste período.
O
diretor do sindicato reclama que o turismo poderia ser um caminho para
movimentar a economia da capital e do Estado, mas o Governo nada se faz para
atrair o turista. “O Círio de Nazaré continua sendo o maior evento turístico do
Pará. Ainda assim, faltam promoções para manter esse turista depois da agenda
oficial do Círio”.
GRUPO
DE TRABALHO
No
dia 22 de fevereiro, representantes do Ministério do Turismo e das Secretarias
de Comunicação e de Turismo dos Estados da região Norte estiveram reunidos na
primeira ação de um grupo de trabalho que visa divulgar o potencial turístico
da região Amazônica. O ministério irá investir R$ 20 milhões em campanha para
divulgação no mercado nacional e internacional dosestados da Amazônia.
Fonte/Foto: Erica Ribeiro - Diário do Pará/Antônio
Cícero

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