DEFICIÊNCIA NA FISCALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE ACIDENTES AÉREOS NO OESTE DO PARÁ
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| Ultraleve que caiu sobre casa, em Santarém-PA |
- por Joan de Jesus Azevedo (*)
Piloto critica a ausência de um posto
da Anac, Agencia Nacional de Aviação Civil, em Santarém
No último dia 9, Santarém foi mais uma vez abalada
pela terrível notícia de um acidente aéreo. O vitimando da vez foi um piloto de
ultraleve que caiu sobre uma casa no bairro do Maracanã, deixando mais 6
feridos durante voo panorâmico.
Esse infeliz acidente uniu-se a outros episódios da
aviação santarena que causaram grande comoção, como o acidente com a equipe
técnica em saúde indígena para Jacareacanga, em 18 de março de 2014, causando a
morte de 5 pessoas e ampla difusão nacional.
Leia também do autor – A inviabilidade dos hospitais em
receber helicópteros em Santarém
Outra lamentável tragédia foi a queda envolvendo o
experiente piloto Raimundo Araújo e o mecânico Rosivaldo em 2011 no Planalto
Santareno.
Transporte aéreo é um dos mais seguros que existem.
O número de vítimas fatais é bastante reduzido se comparado com o volume de
passageiros transportados e os pousos e decolagens que há mundialmente.
Ainda assim, acidentes aéreos costumam causar
grande comoção.
Longe de discussões acerca dos motivos que
acarretam a queda de aeronaves na região, não se pode deixar de citar a falta
de fiscalização por parte da agência reguladora em Santarém.
Desde 2010, quando o antigo Departamento de Aviação
Civil, DAC, foi substituído pela Agência Nacional de Aviação Civil,
a Anac, que Santarém e a comunidade aeroviária do oeste do Pará ficou
vulneravelmente exposta por falta de um órgão de fiscalização.
Conforme processo 27846-10.2013.4.01.3900, a juíza
Hind Kayath, da 2ª Vara Federal em Belém, determinou a fiscalização permanente
dos aeroportos paraenses devido o aumento de sinistros envolvendo aeronaves.
Mas a decisão da magistrada não surtirá o efeito
desejado no Aeroporto Wilson Fonseca, pois até o presente momento não há
qualquer posto ou funcionário da Anac em Santarém.
A fiscalização permanente traz não só a segurança
aeroviária na região, mas também funcionaria de forma paralela como ouvidoria a
possíveis litígios costumeiros entre empresa aérea e passageiros, tais como
extravio de bagagens e atrasos de vôos.
A atual situação demanda celeridade na sua
resolução.
Sabe-se que a segurança aeroportuária está atrelada
ao rigoroso e eficiente poder estatal no que tange a regulamentações e normas a
serem obedecidas.
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(*) É piloto, policial e diretor administrativo do Aeroclube de Santarém.



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