LITERATURA: PIMENTA JIQUITAIA BANIWA PARA CORPO E ALMA
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| Cuia com variedade de pimentas Baniwa frescas |
Vira livro a história do cultivo feito exclusivamente pelas
mulheres, dos usos do fruto na culinária e nos rituais dos índios Baniwa e,
recentemente, da comercialização e conquistas no cenário gastronômico
brasileiro
- Por Inês Zanchetta, jornalista do ISA
A
valorização de ingredientes da agrobiodiversidade indígena brasileira e sua
incorporação ao circuito gastronômico é recente. A pimenta jiquitaia Baniwa é
um desses casos. Cultivada exclusivamente por mulheres, que todos os dias
colhem em suas roças e quintais uma pequena porção, a pimenta vem despertando
crescente interesse e contribuindo na expansão de nossa cultura gastronômica.
Restaurantes estrelados de São Paulo e de outras capitais brasileiras como
Belém e Manaus já utilizam em suas receitas a pimenta vinda do Rio Içana, Alto
Rio Negro, no noroeste amazônico.
A
história dessa pimenta — utilizada nas cozinhas dos índios Baniwa e em seus
rituais de iniciação — está contada no livro Pimenta Jiquitaia Baniwa, lançado
pelo ISA, pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e pela
Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi).
No
formato de livro de bolso, a publicação leva o leitor a percorrer, através de
63 páginas, as roças e jardins de pimenta da Bacia do Rio Içana, guiado pelas
mãos das mulheres, as guardiãs das roças, que cultivam, cuidam das plantas e
entoam cânticos de iluminação para que elas cresçam saudáveis e a colheita seja
farta. Fotos e ilustrações, explicações e muitas histórias revelam um mundo de
78 variedades, encontradas em território Baniwa, na Terra Indígena Alto Rio
Negro. Receitas com jiquitaia desenvolvidas por chefs como Alex Atala, Felipe
Schaedler e Bela Gil, incentivam o leitor a experimentar e se deliciar.
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| Nos rituais de passagem meninos e meninas experimentam o fruto para proteção e purificação de seus corpos |
Fotos: Roberto Linsker, Renato Martelli




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