MPF AUTUA INTEGRANTES DA MAIOR AÇÃO DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Pai e filho são acusados de atuar no
desmatamento e grilagem de terras.
Ação do MPF pede indenização e ações de
reflorestamento na área.
Pai e filho suspeitos de integrar quadrilha
responsável pela maior ação de desmatamento na Amazônia são alvos de ação do
Ministério Público Federal (MPF), que pede indenização e ações de
reflorestamento na área desmatada. Os dois foram identificados durante as
investigações da operação "Rios Voadores", que investiga a
organização criminosa especializada em desmatamento ilegal e grilagem de terras
públicas federais no Estado do Pará.
No Pará, a operação foi deflagrada na região
sudoeste do estado em junho de 2016 pelo MPF, Polícia Federal, Receita Federal
e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Na época, a Justiça Federal de
Altamira expediu 51 medidas judiciais restritivas de direito, sendo 24 prisões
preventivas, 9 conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão em
empresas e casas pertencentes aos investigados.
No mês de julho, o Ibama multou Clésio Antônio
Sousa Carvalho Filho pelo desmatamento de 5,2 mil hectares, um um prejuízo
ambiental calculado em R$ 102 milhões. Segundo o MPF, parte das áreas
degradadas estava na região investigada pela operação, o que permitiu a
identificação de Clésio Filho e do pai, Clésio Antônio Sousa Carvalho, como
integrantes da organização.
De acordo com a ação ajuizada em dezembro pelo MPF,
Clésio registrava propriedades em nome de Clésio Filho para a prática das
irregularidades ambientais. O MPF pede à Justiça que os acusados sejam
obrigados a recuperarem o desflorestamento que provocaram, apresentando à
Justiça a cada seis meses um laudo assinado por técnico do Ibama, comprovando o
cumprimento do cronograma de recuperação da área.
A ação do MPF pede ainda que os acusados sejam
condenados a pagarem R$ 83,5 milhões pelos danos patrimoniais, mais pagamento
de indenização por danos morais a serem estabelecidos pela Justiça, além de
providenciarem a demolição de edificações construídas em áreas irregulares e
sejam temporariamente impedidos de terem acesso a linhas de financiamento ou a
incentivos fiscais oferecidos pelo poder público.
Investigação
Segundo o MPF e o Ibama, o grupo investigado é
responsável pelo desmate de 330 quilômetros quadrados de florestas em Altamira,
no sudoeste do Pará, entre os anos de 2012 e 2015.
Com um total de 24 acusados, as ações do MPF tratam
de crimes de submissão de trabalhadores a condições semelhantes às de escravos,
frustração de direitos trabalhistas, falsidade ideológica, invasão e desmate
ilegal de terras públicas, provocação de incêndios, impedimento da regeneração
de florestas, corrupção ativa e passiva, sonegação de documentos, formação de
organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de improbidade administrativa
e responsabilização por danos ambientais.
Os acusados estão sujeitos a penas de até 238 anos
de prisão, multas, pagamento de R$ 503 milhões em prejuízos ambientais,
recuperação da área ilegalmente desmatada, demolição de edificações construídas
em áreas irregulares, e proibição, por até dez anos, de acessar linhas de
financiamento ou benefícios fiscais oferecidos pelo poder público.
Fonte: G1 Santarém
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