EXÉRCITO ASSINA TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA PARA USO DE ANIMAIS EM EVENTOS
A medida foi motivada pela morte da onça Juma, em junho deste ano,
após uma programação da passagem da tocha olímpica em Manaus
Exército assina termo de ajustamento de conduta para uso de
animais em eventos
Juma,
a onça-pintada que participou da cerimônia de revezamento da Tocha Olímpica em
Manaus, foi abatida no Centro de Instrução de Guerra na Selva, depois de tentar
escapar do local Ivo Lima/Ministério do Esporte
O
Exército se comprometeu a adotar medidas corretivas em relação a manutenção e
exposição de animais silvestres sob a responsabilidade da instituição. Um termo
de ajustamento de conduta ambiental foi firmado na última sexta-feira (2) com o
Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM). A medida foi motivada pela
morte da onça Juma, em junho deste ano, após uma programação da passagem da
tocha olímpica em Manaus. Na época, o MPF entrou com uma ação na Justiça para
impedir o Exército de continuar a utilizar animais em eventos públicos e
obrigá-lo a pagar uma indenização pela morte do felino.
Segundo
o procurador da República Rafael da Silva Rocha, pelo acordo, o Exército
assumiu o compromisso de obter, em até dois anos, toda a documentação
necessária para desenvolver legalmente as atividades com animais silvestres no
âmbito do Comando Militar da Amazônia (CMA). Nesse período, não haverá exibição
de animais em eventos da instituição.
“O
Exército pode continuar desenvolvendo o trabalho que já realiza com animais
silvestres, receber esses animais, tratar esses animais. É importante,
inclusive, reconhecer que é um órgão de referência em relação aos felinos, mas
precisa fazer dentro da legalidade. E dentro da legalidade significa
desenvolver essas atividades com todas as licenças, autorizações e permissões
exigidas pela legislação”, disse o procurador.
Pelo
termo de ajustamento de conduta, o Exército deverá estabelecer um dia por mês
de entrada gratuita no zoológico do Centro de Instrução de Guerra (Cigs), em
Manaus. Essa é uma das medidas compensatórias pela morte da onça Juma que foram
definidas pelo MPF no lugar do pagamento de indenizações.
“A
concessão que o Ministério Público Federal fez foi substituir esses pedidos de
indenização por medidas compensatórias. Uma delas é permitir o acesso gratuito
da população no zoológico do Cigs. Tem outras medidas. O Exército vai continuar
desenvolvendo os projetos de sustentabilidade que já vem desenvolvendo e também
se comprometeu a desenvolver ações de apoio aos órgãos que são responsáveis
pela governança ambiental no Amazonas”, explicou.
O
cumprimento do acordo será acompanhado pelo Ministério Público Federal do
Amazonas. O Exército deverá enviar ao órgão, uma vez por ano, um plano de
trabalho com as ações que pretende fazer, como projetos e atividades de
educação ambiental, científica e cultural, ações de fiscalização ambiental,
acolhimento e tratamento de animais, entre outras ações. Caso haja
descumprimento de obrigações ou atraso, a instituição poderá pagar multa diária
de R$ 1 mil por cada atividade que deixar de ser desenvolvida.
A
reportagem não conseguiu contato com o Comando Militar da Amazônia em Manaus.
Também solicitou um posicionamento do Exército em Brasília e aguarda retorno.
A
onça Juma foi abatida após a cerimônia de passagem da tocha olímpica pelo
Centro de Instrução de Guerra. O felino conseguiu se soltar das correntes e
avançou nos tratadores. Segundo o MPF, o Exército não tinha autorização de
órgãos ambientais para transportar e expor o animal no evento.
Fonte/Foto: Isto É
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