PARÁ: BISPO DOM AZCONA VÊ O MARAJÓ ASSOLADO PELA FOME



Ele critica governo federal por não viabilizar o plano de desenvolvimento

Não existe uma consciência de que realmente o Marajó pertença, de fato, política, econômica e socialmente ao Pará. Não é interessante aos grupos de poder que orientam e governam na sociedade paraense contar com um Marajó livre. Um Marajó livre, a partir da liberdade econômica, porque quem não tem liberdade econômica tampouco vai ter normalmente uma liberdade política associada. Portanto, libertar um povo de maneira que pense pela conta dele é o que nossas autoridades nunca quiseram. Existe um pacto do silêncio, do abandono, um pacto de não querer saber porque Marajó, pela sua parte, nunca se levantou, digamos, de modo unido, uniforme, para decidir aquilo que lhe corresponde. Somente nos últimos anos é que existem esses movimentos, a partir da Amam (Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó) e da própria sociedade civil, que querem autonomia dentro da unidade nacional e da unidade de sermos também paraenses. Chegou o momento, pois, de romper com tudo aquilo que está propiciando uma situação de abandono, de passividade, de morte e ressurgir, de uma vez, para a liberdade, para sermos, de verdade, povo brasileiro. Porque, se lermos os cinco primeiros artigos da Constituição brasileira, que são pétreos e fundamentais para a constituição de uma nação, sobre aquilo que é ser brasileiro, nenhum deles é aplicado à realidade marajoara. Portanto, constitucionalmente, não somos parte do Brasil. Não tem trabalho, não tem dignidade humana, não se defende os direitos da liberdade, não se defende a educação, tem analfabetismo. Em Melgaço, metade da população adulta é analfabeta. Nessa situação, não somos brasileiros.

Fonte/Foto: Redação ORM News/Tarso Sarraf


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