CARBONO NASCENTES DO XINGU É VALIDADO POR ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
Iniciado pelo ISA e produtores rurais com a empresa de cosméticos
Natura, projeto que prevê a redução de emissões de gases de efeito estufa por
meio da restauração de áreas degradadas ganha certificação da Rainforest
Alliance, que monitora sua implementação
Um
dos primeiros projetos sobre sequestro de carbono na Amazônia e especialmente
em Mato Grosso acaba de ser certificado pela Rainforest Alliance pelo padrão
CCB (Clima, Comunidades e Biodiversidade), organização internacional que verifica
seu desenvolvimento e implementação. O Projeto Carbono Nascentes do Xingu, em
curso desde 2011, em Santa Cruz do Xingu (MT), prevê a redução de emissões de
gases de efeito estufa por meio da restauração de Áreas de Preservação
Permanentes (APPs) e de Reserva Legal degradadas. É uma grande conquista para o
projeto iniciado pelo ISA e produtores rurais e que contribui de maneira
objetiva para a implementação da Lei florestal nº 12651/2012 no município.
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A
certificação da Rainforest Alliance começou em 2013 e é essencial para a
continuidade do projeto, cuja expectativa é capturar 61.533 toneladas de CO²e
(Dióxido de Carbono equivalente) em Santa Cruz do Xingu no prazo de 30 anos, a
partir da restauração florestal.
O
primeiro contrato pelo qual a Natura compraria créditos de carbono para
compensar suas emissões de gases de estufa, envolvia apenas o ISA e previa
restaurar 116 hectares. O segundo contrato veio depois, entre a Natura e a
Associação Xingu Sustentável (AXS), formada por produtores rurais de Santa Cruz
do Xingu, tendo o ISA como co-realizador, para restaurar 181,1 hectares. O
terceiro projeto, no qual o ISA entrou como parceiro, foi assinado este ano sob
inteira responsabilidade da AXS, envolvendo a restauração de 220 hectares e
quase R$ 3 milhões.
“A
certificação e validação do processo era condicionante para que o projeto
acontecesse como queria a Natura”, explica o coordenador do Programa Xingu do
ISA, Rodrigo Junqueira. “Tem a ver com a entrega das quantidades de carbono mas
não só, porque deve levar em conta também relações justas e igualitárias com a
comunidade além de geração de renda e os aspectos relacionados com a
biodiversidade”.
Apresentado
pelo ISA em parceria com o ICV (Instituto Centro de Vida)em resposta a um
edital da Natura, o projeto começou a sair do papel em 2011 com a entrada em
cena dos produtores rurais de Santa Cruz do Xingu que formaram a AXS e passaram
a tocar o projeto em conjunto. Muitos desses produtores necessitam restaurar
suas áreas degradadas e adequar suas propriedades para eliminar seu passivo
ambiental e agregar valor aos seus produtos.
A
próxima etapa será a verificação do andamento do contrato que acontecerá de
cinco em cinco anos.
Fonte/Fotos: ISA – Instituto Socioambiental
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