IMPEACHMENT DIVIDIU A BANCADA PARAENSE NO CONGRESSO
Barbalhos mudaram o apoio a Dilma para adesão a Temer para obter
benesses
A
bancada federal do Pará se mostrou uma das mais divididas ao longo do processo
que culminou com o afastamento em definitivo de Dilma Rousseff da Presidência
da República. Na votação mais importante da Câmara dos Deputados, no dia 17 de
abril, em que o plenário aprovou o prosseguimento do processo de impeachment
para o Senado pela diferença elástica de 367 votos a 137, o placar dos
representantes paraenses foi de dez a favor, seis contrários e uma abstenção -
que entrou na conta pela manutenção do governo. Ou seja, uma divisão entre os
17 deputados federais do Estado de 59% a 41%.
Votaram
pela aprovação da abertura do processo de impeachment os deputados Arnaldo
Jordy (PPS), Éder Mauro (PSD), Francisco Chapadinha (PTN), Hélio Leite (DEM),
Joaquim Passarinho (PSD), José Priante (PMDB), Josué Bengtson (PTB), Júlia
Marinho (PSC), Nilson Pinto (PSDB) e Wladimir Costa (SDD). Esse último,
inclusive ganhou notoriedade nacional pela pirotecnia ao anunciar o seu voto,
sob estouro de confetes.
Os
votos contrários partiram de Edmilson Rodrigues (PSOL), Lúcio Vale (PR), dos
petistas Beto Faro e Zé Geraldo, e das deputadas peemedebistas Elcione Barbalho
e Simone Morgado. Esses dois votos também ganharam repercussão da grande mídia
do País, que levantou a discussão do oportunismo político do senador Jader
Barbalho (PMDB). Preocupado em preservar os seus cargos distribuídos pelo
governo petista, sobretudo, o do seu filho Helder Barbalho, no comando da
Secretaria dos Portos, Jader teria orientado a sua bancada na Câmara dos
Deputados, composta pela ex e pela atual mulher, respectivamente, a votarem
favorável à presidente Dilma Rousseff, contrariando os interesses do PMDB.
Mesmo
não interferindo na votação, Jader passou a usar a sua força com dois votos na
Câmara e o seu voto no Senado como pressão às intenções de Michel Temer em se
tornar presidente da República. O aviso derradeiro à cúpula peemedebista de que
não abriria mão de um espaço privilegiado no governo, que garantisse
visibilidade ao seu filho, foi a sua ausência na votação que admitiu a denúncia
no Senado e afastou a presidente Dilma do cargo, em 12 de agosto. Naquela
ocasião, os senadores aprovaram a abertura do processo de impeachment por 55
votos a 22.
A
bancada paraense no Senado, assim como a do Estado do Amazonas, apresentou a
maior divisão de votos entre os parlamentares. Cada um assumiu uma posição. O
senador Flexa Ribeiro (PSDB), assim como os demais dez senadores de seu
partido, votou pelo afastamento de Dilma. Já Paulo Rocha, que até então era
líder do PT no Senado, negou o impeachment e Jader Barbalho não votou, sob
alegação de que passava por problemas de saúde.
A
imprensa nacional destacou que a ausência de Jader na votação foi uma das
maiores decepções da ex-presidente Dilma Rousseff, que dava como certo o seu
apoio. Por outro lado, Temer acendeu o sinal amarelo, de que os Barbalhos iriam
jogar pesado para garantir um bom quinhão do novo governo. As contas de que esse voto poderia fazer
falta, fez com que no momento da posse do governo interino, ao apagar das
luzes, se confirmasse o nome de Helder para o Ministério da Integração
Nacional.
A
pasta e outras promessas garantiram o voto de Jader na última quarta-feira
(31), que oficializou a destituição de Dilma Rousseff e a posse do novo
presidente Michel Temer. O parlamentar nem sequer foi ao plenário do Senado
durante a sessão de defesa da ex-presidente, dia 29. Foi um dos poucos que não
questionou ou levou uma palavra de apoio a Dilma. Com isso, o Pará teve
participação de dois votos na lista dos 61 que deram fim aos 13 anos de governo
do PT e um contrário.
Fonte: O Liberal

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