IBAMA COMEÇA A FISCALIZAR 2,3 MIL BARCOS NO PARÁ
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| Espécies de pescado ameaçadas são fiscalizadas |
Portaria que
proíbe a pesca de 475 espécies será executada à risca
O
encerramento, nesta semana, do período de 20 dias concedido pelo Ibama e ICMBio
para declaração de estoque da produção de espécies pesqueiras ameaçadas,
segundo a classificação Vulnerável, Em perigo e Criticamente em perigo,
prevista na Portaria 445, do Ministério do Meio Ambiente, abre a temporada de
fiscalização de mais de 2,3 mil barcos que operam na costa paraense na captura
de gurijuba e pargo. A declaração do estoque – a estimativa dos órgãos de
fiscalização é de cerca de 15 mil toneladas de gurijuba e quase o dobro de
pargo -, antecede um período de 60 dias para comercialização, mas a captura
está proibida desde a publicação da portaria no Diário Oficial da União, dia 16
deste mês.
Segundo o
diretor de Pesca do Ibama, Antônio Melo, o restabelecimento da captura – a
lista do Ministério do Meio Ambiente inclui 475 espécies em todo o País – “só
será retomada com a publicação de uma nova instrução normativa”. Consolidadas
as declarações de estoque, os órgãos de fiscalização entram em campo para
executar o que prevê a portaria – a proibição pura e simples da captura, a
princípio independente das consequências. A decisão é da Justiça Federal.
A publicação
da portaria foi antecedida de intensa batalha judicial, com ações na Justiça do
Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura, Federação Nacional de Pesca do Brasil
e Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores. O embate acabou
decidido, pelo menos por enquanto, a favor do Ministério do Meio Ambiente, que
editou a portaria atendendo a uma Ong, sem consulta ao Ministério da
Agricultura, quebrando o princípio do ordenamento jurídico, sem base científica
e muito menos ouvindo o setor pesqueiro. Estima-se que a medida ameaça 3,5
milhões de empregos no País – 25 mil diretos e cerca de 75 mil indiretos apenas
no Pará.
Um dos
municípios mais prejudicados será Bragança, cuja economia gira em torno da
pesca de pargo. O Sindicato da Pesca aponta que na região atuam 200 barcos,
produzindo 12 mil toneladas/mês, 80% exportadas para os Estados Unidos. Vigia
segue junto. Em toda a costa paraense, a frota pesqueira soma 2.319 barcos
licenciados, incluindo embarcações de Estados do Nordeste. Quanto à gurijuba,
estima-se uma produção de 960 toneladas por mês. Em Belém, dez a 12 empresas,
outras tantas em Bragança e Vigia, operam exclusivamente com a pesca e correm
sério risco ante os rigores da portaria do governo federal.
Fonte/Foto: O Liberal


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