VAI JOGAR A TOALHA: BOXEADOR PARAENSE ANUNCIA APOSENTADORIA APÓS SAIR DOS JOGOS

O lutador, no entanto, pensa em seguir pelo esporte, mas como treinador

Aos 34 anos de idade, o paraense Julião Henriques Neto pôde realizar o sonho de infância. Após enfrentar o lutador norte-americano Antonio Vargas, no último sábado (13), vencedor do confronto na contagem por pontos, o boxeador se emocionou ao relembrar as dificuldades que enfrentou até chegar ali. Protestou contra a decisão do árbitro e revelou que está próximo da aposentadoria.

Quatro anos depois de avançar para a segunda fase, nos Jogos Olímpicos de Londres, Julião não conseguiu repetir a marca na Rio-2016.

O adversário era difícil (número 15 do ranking até 52 kg, onde o paraense é apenas o número 66º), mas o papachibé não se intimidou e, através de contragolpes, equilibrou a maior movimentação do americano.

Ao final, um árbitro lhe deu a vitória por 10 a 9, enquanto os outros dois premiaram o americano pela mesma nota.

“Ele me acertou várias cabeçadas e o juiz não descontou. Não fosse pelo ponto que perdi, poderia ter vencido por 2 a 1, mas agora passou”, lamentou o atleta.

Julião Neto não planeja competir em Tóquio-2020, quando já terá 38 anos. “Acho que não dá. Já estou velho e tudo tem um limite. Acredito que em, no máximo, dois anos eu encerro a minha carreira no boxe”, avisou.

O lutador, no entanto, pensa em seguir pelo esporte, mas como treinador. “O boxe profissional não me interessa. Quero montar um projeto social para tirar as crianças das ruas lá no Guamá, onde eu moro, e trazer para os ringues”, revelou Julião.

Filho de uma família de sete irmãos, o atleta perdeu o pai quando tinha apenas sete meses de vida. Após uma vida de muitas dificuldades, entrou para o boxe ao 20 anos – idade avançada no esporte – e mudou seu rumo.

Entre suas principais conquistas estão a medalha de bronze no Pan de Guadalajara, em 2011, a prata no Sul-Americano de Medellín, em 2010, e o ouro no Sul-Americano de Santiago, em 2014.

Fonte/Foto: Taion Almeida - Diário do Pará/Divulgação