TACABURI: TEMPERO É ALTERNATIVA AO TUCUPI EM PRATOS TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA



Pesquisador trabalha desde 2009 em estudos com o buriti e descobriu no fruto potenciais comerciais como alternativa ao molho no tacacá

A dificuldade de coleta do buriti (Mauritia flexuosa) é a principal razão da pouca exploração do potencial do fruto amazônico? Não para o engenheiro florestal no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Afonso Rabelo. Ele, que tem a meta de desenvolver 50 produtos inéditos que usam a polpa do fruto, apresentou nesta quinta-feira (25) um substituto para o tucupi no tacacá: o tacaburi.

Degustação do tacaburi.
O produto pode ser utilizado em pratos tradicionais da região, como o pato no tucupi e o tacacá, este último apresentado em um evento fechado de degustação. "O tacaburi é um tempero preparado a partir de três frutos da Amazônia: a castanha do Brasil, o cubiu e o buriti. Ele foi preparado com o intuito de proporcionar, às pessoas que não podem tomar o tacacá tradicional por serem alérgicas ou terem intolerância ao tucupi, uma alternativa", explicou ao Portal Amazônia.

O trabalho com o buriti é desenvolvido desde 2009, com pesquisas botânicas, e posterior criação das receitas, com o intuito de agregar ao fruto valores comerciais e industriais. "Esses produtos foram desenvolvidos com objetivo de valorizar a palmeira que é muito desperdiçada", afirmou.

Além de apresentar o resultado final após várias adaptações da receita, o técnico também informou que desenvolveu um tempero a base de frutos de buriti que tira o forte odor do peixe (pitiú). O uso dispensa limão, sal e vinagre. "Alguns peixes, carnes, tem um odor característico, que é conhecido como pitiú. Então também criamos um tempero que aromatiza o camarão, por exemplo", disse.

Segundo o pesquisador, o que falta para provar que o tempero possui aspectos nutricionais é a análise físico-química, em desenvolvimento no Inpa. "Depois dessas análises prontas, já existe uma empresa interessada em industrializar", revelou. Rabelo lembra que todos os produtos desenvolvidos são isentos de conservantes e com prazo de validade de até seis meses.



Fonte/Fotos: Clarissa Bacellar – Portal Amazônia


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