FLORESTA: PESQUISA COM BORBOLETAS AJUDA A ALERTAR SOBRE A DEGRADAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA
A pesquisa foi feita dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, na Zona Norte de Manaus |
O
estudo, que teve aporte financeiro da Fapeam e de outras instituições,
verificou se plantas e pássaros podem influenciar na presença de borboletas
frugívoras, que se alimentam de frutos em decomposição
Estudioso
de insetos diversos, o doutorando em Entomologia pelo Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), Márlon Breno Costa Santos, desenvolveu um projeto
de pesquisa que estudou as borboletas frugívoras – que se alimentam de frutos
em decomposição – para investigar se, tanto plantas como pássaros podem
influenciar a ocorrência dessas borboletas em um determinado local.
A
pesquisa, que recebe aporte do Governo do Estado por meio do Programa de Apoio
a Excelência Acadêmica (Pró-Excelência), da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Amazonas (Fapeam), foi feita na Reserva Florestal Adolpho Ducke, na
Zona Norte de Manaus, e estudou as borboletas segundo a sua espécie e de acordo
com algumas características delas, como tamanho do corpo e tipo de alimentação
das lagartas (borboletas jovens).
Segundo
Márlon, a coleta foi feita com armadilhas conhecidas como “arapuca
entomológica”, na qual se coloca banana e melaço estragados como isca para as
borboletas. Todo o processo da pesquisa foi dividido em cinco fases.
“Primeiramente, nós elaboramos a ideia de como seria feita a coleta das
borboletas na floresta. Depois de analisarmos que a melhor maneira seria pela
arapuca entomológica, nós partimos para a coleta em si, daí nós fizemos a
identificação das espécies capturadas assim como a montagem e medição das
características delas. Por fim, passamos para os testes estatísticos e com os
resultados, montamos o artigo científico”, disse Santos.
Uma
das questões que a pesquisa procurou entender foi como as borboletas se
distribuem no espaço, de maneira a alertar sobre a degradação das florestas que
pode levar ao desaparecimento de espécies, causando, assim, um imenso desequilíbrio
ambiental. “O nosso objetivo é que o principal beneficiado com esse trabalho
seja a sociedade civil: eu e toda a população amazônida como cidadãos. Nós
dependemos dos recursos naturais muito mais do que é atribuído, seja para
comer, vestir, morar, sem falar no clima do planeta que é balanceado pela nossa
imensa Amazônia e outras florestas tropicais. Por isso, cuidar do nosso
patrimônio - a floresta - é essencial para o nosso futuro, e o que poucas
pessoas sabem é que as borboletas têm um papel muito importante nisso tudo”,
ressaltou Márlon.
De
acordo com o pesquisador, o estudo foi realizado dentro da Reserva Adolpho
Ducke porque lá se concentra várias espécies de plantas e borboletas que
ajudaram a chegar a um resultado maior para o projeto: fornecer dados para a
comunidade científica local, regional e internacional para serem usados como
auxílio e fortificação na criação de projetos maiores que visam à conservação
de paisagens em escalas globais.
Além
disso, espera-se um olhar mais atento para a dinâmica biológica que ocorre
dentro da Reserva Adolpho Ducke, com a finalidade de promover a sua preservação
frente à expansão urbana de Manaus, não permitindo que a reserva se torne
apenas um fragmento florestal no meio da cidade.
Parcerias
O
projeto de pesquisa contou com vários parceiros ao longo de sua duração. O
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíifico e Tecnológico (CNPq), que
forneceu bolsa de mestrado para Márlon e auxiliou na coleta das plantas, a
Capes que forneceu bolsa de doutorado para um dos participantes do projeto, e o
Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio) que forneceu a infraestrutura.
Além
deles, pesquisadores e doutores do Inpa, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), e da Universidade de São Paulo (USP) contribuíram com
dados sobre plantas e borboletas da Reserva Ducke, assim como a Fapeam, que
custeou todas as despesas de campo durante a coleta das borboletas.
Para
Santos, a Fundação de Amparo à Pesquisa está presente na maior parte das
pesquisas e do conhecimento científico produzido no Estado do Amazonas. “Ela
incentiva os pesquisadores do nosso Estado a realizar trabalhos que possam ter
grande impacto na comunidade científica internacional e ajuda a solidificar o
Norte do Brasil no cenário científico mundial”, afirmou. O estudo foi
finalizado em 2015 com a publicação do artigo neste mesmo ano.
Fonte/Foto: A Critica, com informações da
assessoria de imprensa/Divulgação
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