ESTUDO REALIZADO PELA UFOPA CONFIRMA EFICÁCIA DE PLANTA DA AMAZÔNIA PARA TRATAR PICADA DE COBRA
Plantas atuam contra o veneno da jararaca |
Planta
conhecida como muúba é usada por ribeirinhos no tratamento.
Pesquisa
foi feita pela Ufopa em Alter do Chão, Cucurunã e São Pedro.
Um projeto de pesquisa realizado pela Universidade Federal do
Oeste do Pará (UFOPA) investigou o poder de cura das plantas medicinais
utilizadas para tratar o envenenamento por picadas de cobras em algumas
comunidades localizadas no município de Santarém, oeste do Pará.
O estudo tinha por objetivo resgatar e preservar o conhecimento
tradicional sobre o uso de plantas medicinais em acidentes com serpentes na
Amazônia, principalmente as jararaca. Segundo o Ministério da Saúde, em
Santarém, são cerca de 300 casos registrados por ano, principalmente na zona
rural.
A pesquisadora da Ufopa, Valéria Mourão constatou o potencial
antiofídico das plantas frente ao veneno da jararaca, através de entrevistas
com moradores das comunidades de moradores das comunidades de Cucurunã, São
Pedro, Alter do Chão.
A pesquisa trabalhou com a espécie de planta popularmente conhecida como muúba ou
goiaba-de-anta. Em forma de chá, o extrato da casca da planta foi capaz de
reduzir o edema significativamente a partir de 30 minutos após a ingestão.
“Conseguimos mostrar que os extratos das plantas em forma de chás são bastante
eficazes no combate aos efeitos locais do envenenamento” explica.
Na Amazônia, o difícil acesso aos centros hospitalares das grandes
cidades para a obtenção de exames e medicamentos contribui para que os
moradores desta região busquem tratamentos alternativos. Muitas vezes, as
plantas acabam sendo a única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde e o
conhecimento popular é repassado de geração para geração.
A picada da jararaca causa reações graves como edema, dor,
hemorragia, necrose, além de problemas de coagulação sanguínea e hemorragia
mais severa. “O deslocamento até a área urbana nem sempre é fácil ou rápido.
Muitas vezes os pacientes demoram até conseguir receber o tratamento
específico”, destaca Valéria.
A pesquisa foi realizada através Programa de Pós-Graduação em
Recursos Naturais da Amazônia (PPGRNA). Futuramente existe a possibilidade de
desenvolver produtos para uso das comunidades ou de empresas locais. “Isso
geraria renda e garantiria a eficácia das plantas medicinais, além de termos
produtos seguros para a população.
Fonte/Foto:
G1 Santarém/Ascom UFOPA
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