ENTRA EM OPERAÇÃO A PRIMEIRA COOPERATIVA DE ENERGIA RENOVÁVEL DO PAÍS. E É NO PARÁ!
Com um investimento de R$ 600 mil, 23 pessoas iniciam, no interior
do Pará, uma revolução na geração de energia limpa
A
primeira cooperativa de energia renovável do Brasil entrou em funcionamento, no
município de Paragominas, no estado do Pará. A micro-usina de energia solar
fotovoltaica da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober) começou a
operar com capacidade de 75 KWp, potência que deve ser ampliada em breve.
Ao
todo foram investidos R$ 600 mil na micro-usina solar. O recurso provém da
contribuição dos 23 cooperados. A Coober foi criada em fevereiro deste ano, com
base nas novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que
entraram em vigor em dezembro de 2015, com o objetivo de estimular a geração de
energia pelos próprios consumidores.
O
espaço físico da micro-usina reúne 288 placas fotovoltaicas que possuem
capacidade de produção média de 11.550 KW/H por mês. Toda energia será injetada
no sistema da rede Celpa. O resultado será rateado entre os cooperados e
descontado diretamente na conta de energia. Estima-se que metade do quadro
social da Coober tenha a conta completamente zerada, dependendo do nível de
consumo individual.
Para
o superintendente da Organização
das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile , em poucos anos o Brasil
terá centenas de cooperativas de energia renovável espalhadas de Norte a Sul
produzindo energia de forma
compartilhada e distribuindo entre seus cooperados .
"É
um passo concreto em um caminho que não tem volta , a matriz de
produção
mundial será renovável , gastando muito menos sem transmissão, afetando muito
menos o ambiente com uma formeconômica mais viável e acessível. ”, afirma Nobile.
Marco histórico – Segundo o advogado
ambientalista Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober, colocar a cooperativa
em operação representa um corte na história do setor elétrico brasileiro.
“Todos nós estamos na expectativa de começar a gerar a própria energia elétrica
de fonte limpa, sem agredir a natureza e sem causar prejuízos às populações que
normalmente são afetadas pelos grandes projetos”, afirmou Raphael Vale.
Para
a Coober, as vantagens de se produzir energia renovável (solar fotovoltaica) em
cooperativa e não de maneira individualizada são várias. Entre elas: menor
valor investido, já que os custos são divididos por 23;
mobilidade
na produção, os cooperados podem mudar de endereço sem se preocupar com os
equipamentos; desenvolvimento de uma cultura de colaboração; melhor
escolha/avaliação das opções, mais pessoas pensando com o mesmo objetivo;
melhor relação com a concessionária; e tratativas mais adequadas de benefícios
e isenções fiscais.
Sobre a cooperativa
A
Coober tem como base o mesmo espírito que leva as pessoas a consumirem
alimentos orgânicos, por exemplo, em vez de produtos industrializados e pouco
saudáveis. Só que agora, em vez de consumir compulsoriamente uma energia
elétrica gerada por uma usina que leva ao desaparecimento de uma parte da
floresta, que inunda reservas indígenas ou de uma térmica a óleo combustível
que joga diariamente toneladas de veneno na atmosfera, os integrantes da
cooperativa estão fazendo a opção para consumir uma energia limpa, produzida e
distribuída por eles mesmos.
As
metas da cooperativa visam ampliar a geração para um grupo maior de pessoas. O
número de cooperados será ampliado para 300 ou até 600 a partir do segundo
semestre de 2017, dependendo da expansão da capacidade de produção. Pela
legislação, o teto que cada concessionária pode atingir é 5MW de potência.
Hoje, a Coober produz 7,5% de 1MW.
Sobre o Sistema OCB
O
movimento cooperativista, no país, é representado oficialmente pelo Sistema
OCB, com suas três entidades: Organização dasCooperativas Brasileiras (OCB),
Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e Serviço Nacional de
Aprendizagem doCooperativismo (Sescoop).
O
Sistema conta com uma unidade nacional e 27 estaduais – localizadas nas
capitais de cada estado e, também, no Distrito Federal. Seu papel é trabalhar
pelo fortalecimento do cooperativismo no Brasil. A soma de todas essas forças
tem um importante objetivo comum: potencializar a presença do setor na economia
e na sociedade brasileira.
Fonte/Foto: Nathalia Brancato/Arquivo AA
Nenhum comentário:
Postar um comentário