DISPUTAS NO AMAZONAS: APENAS 12 PARTIDOS CUMPREM COTA DE 30% PARTICIPAÇÃO FEMININA NO AMAZONAS


Pré-candidatas a vereadoras e coordenadores de campanha participaram do evento

Uma das preocupações das entidades feministas é evitar que as mulheres sejam usadas como massa de manobra nas campanhas eleitorais do Estado
Segundo dados estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até esta quarta-feira (10), somente 12 partidos políticos do Amazonas, dos 29 com atuação no Estado, possuíam candidaturas femininas cadastradas em índice igual ou superior a 30%.
A Lei Eleitoral fixou uma cota, que corresponde a 30%, para as candidaturas femininas, porém os partidos políticos não estão cumprindo adequadamente, é o que revela a presidente em exercício do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Karolina Aguiar. Uma das preocupação das entidades é evitar que as mulheres sejam usadas como massa de manobra.
“Esse ano, mais do que nunca, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e a Secretaria Executiva de Política para Mulheres estão envolvidas em fortalecer a mulher na política para que elas não sejam usadas como massa de manobra dentro dos partidos políticos, a fim de cumprir os 30% exigidos”, enfatizou.
“Os partidos estão trazendo mulheres, mas não está dando o suporte necessário para se elegerem ou, ao menos, competirem”, completa Aguiar.
Pré-candidatas a vereadoras de 11 partidos políticos estiveram presentes no seminário “Lugar de Mulher é na Política” realizado na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta quarta-feira (10), no auditório Senador João Bosco. Com o intuito de auxiliar mulheres com dicas práticas para o período eleitoral, o evento foi fomentado pelo Cedim, Secretaria Executiva de Política para Mulheres (SEPM), Comissão da Mulher, das Famílias e do Idoso, presidida pela deputada estadual Alessandra Campêlo (PMDB) e tem o apoio e participação do Fórum de Mulheres de Partidos Políticos do Amazonas. “A mulher precisa de um apoio maior, porque a maioria dos recursos são gastos com mais homens”, disse a deputada estadual.
A secretária executiva da SEPM, Keyth Bentes, reiterou a importância da mulher no espaço público. “Nós somos mais da metade da população que votamos nesse país; 40% da população que tem a mão-de-obra, que trabalham e levam para dentro das suas casas o sustento; e as pautas das mulheres muitas vezes são deixadas de lado, por exemplo, estruturas de creches, exames preventivos de colo do útero, exame de mama. A gente precisa colocar essas pautas, não só essas, e outras mais que a mulher tenha essa desenvoltura também nos espaços de poder”, destacou.
Para a pré-candidata a vereadora pelo PSB, Marcela de Aquino, a mulher, antes de tudo, está envolvida com o bem comum. “A mulher está escrevendo uma nova história na política da cidade de Manaus e o nosso objetivo é realizarmos uma política com ética, transparência com paridade, de uma forma justa e democrática”, contou.
Representatividade
Durante a palestra, a deputada Alessandra Campêlo explicou a consequência de não haver um quantitativo significativo de mulheres na Assembleia. “Não ter mulheres, por exemplo, no parlamento faz com que propostas como coloquei para aumentar o orçamento da secretaria executiva de política para mulheres, para que a gente tenha mais viaturas na delegacia da mulher, para que a gente tenha pelo menos um núcleo de Delegacia da Mulher verdadeiramente funcionando no interior com estrutura mínima, nem sequer passem na Comissão de Orçamento, quem dirá no plenário”, revelou.
De acordo com a presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Ísis Tavares, as mulheres estão sendo encorajadas a galgar mais espaços na política. "Queremos o espaço que nos cabe. Quando se fala de mais espaço na política, não significa que queremos tirar o espaço ocupado pelos homens, mas apenas o espaço que nos cabe", frisou.
Tavares fez questão de frisar que as mulheres não tomarão o lugar dos homens. “Queremos o espaço que nos cabe. Quando se fala de mais espaço na política, não significa que queremos tirar o espaço ocupado pelos homens, mas apenas o espaço que nos cabe”, destaca.
Redes Sociais
O social media Wagner Cunha palestrou sobre a utilização das mídias sociais como ferramenta estratégica de campanha eleitoral. Cunha disse que o ideal é apostar na produção de conteúdos próprios para internet. “Existem mídias sociais mais consumidas do que canais de TV a cabo, por exemplo. Existe mais conteúdo sendo produzido em algumas mídias sociais em muito maior número do que na TV. Esse ano, com essa reforma eleitoral que houve em 2015, o período eleitoral é muito curto, são apenas 45 dias. E nesse período, as plataformas digitais serão fundamentais. Diria que farão diferença na eleição tanto para o majoritário quanto para o proporcional”, esclareceu.
“Quem quer melhorar sua atuação, sua campanha, seu trabalho, com certeza sai na frente. Isso é importante para nós mulheres, principalmente os meios de comunicação baratos, porque infelizmente a maioria dos partidos investe muito mais dinheiro na campanha dos homens”, completou a parlamentar Alessandra.

Fonte/Foto: Geizyara Brandão – A Critica

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