DESTINOS: CULTURA, IGARAPÉS E BÚFALOS GARANTEM PASSEIO EXÓTICO NA ILHA DE MARAJÓ


Garça azul, em extinção, e guará na Fazenda Bom Jesus, em Soure, na Ilha do Marajó.

Praias desertas de água salobra, igarapés e búfalos por toda a parte. Não seria exagero dizer que a Ilha de Marajó oferece um turismo exótico dentro do Brasil, seja por conta de sua natureza de ilha fluviomarinha ou pelo seu passado de civilização pré-colombiana.
A maior ilha fluviomarinha do mundo possui 16 municípios. Localiza-se a oeste da foz do rio Amazonas e a leste da Baía do Guajará. Fica a três horas de barco de Belém. A dificuldade de se trafegar por estradas numa região repleta de igarapés e rios faz com que poucos municípios consigam se integrar por estradas: chove demasiadamente de janeiro a maio, quando boa parte da ilha fica alagada. Dessa forma, Soure (22 mil habitantes) e Salvaterra (17 mil habitantes), separadas pelo rio Paracauari, são os municípios que se beneficiam por estarem próximos de Belém.
Distante 70 km quilômetros de Soure, fica Cachoeira do Arari. A importância do local está na preservação do passado da ilha: aí está o Museu Histórico do Marajó, que possui peças arqueológicas encontradas pelo padre italiano Giovanni Gallo, criador da instituição. É ali também que está a maioria dos tejos (aterros superficiais feitos pelos marajoaras em terrenos alagadiços para habitação ou cemitério). Apesar disso, o município tem uma estrutura simples de hotéis, o que dificulta sua imersão no circuito turístico local.
Vale dizer que a Ilha de Marajó foi habitada por índios bem avançados, com cultura comparada à pré-colombiana. Mas teriam desaparecido antes da chegada dos portugueses em Joanes, no município de Salvaterra.
Após algumas horas na ilha, o visitante percebe a enorme quantidade de búfalos que existe por toda a parte, principalmente pelas estradas fora das cidades. Marajó possui, simplesmente, o maior rebanho do animal no Brasil, com cerca de 700 mil cabeças, cerca de três vezes a população dos 16 municípios. Nos meses de verão - quando o calor é bastante intenso - dificilmente você verá búfalos fora d'água ao meio-dia.
O artesanato, as comidas e a cultura refletem um pouco o costume do peão local, que habita as grandes fazendas da região. Comidas como o Frito do Vaqueiro e o Filé à Marajoara levam a carne do animal, que tem menos colesterol do que a bovina. O artesanato de couro também é bastante forte na região.

Fonte/Foto: viagem.uol.com.br/Marcelo Soares

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