SALVEMOS ALTER-DO-CHÃO!




- por Zé José

Posso me gabar de ter sido local em Alter-do-Chão em meados dos anos 1990. Estive lá três vezes, da última vez fiquei uma boa temporada, nunca me senti turista. É a minha filial do Paraíso.
Em cada visita, encontrei uma Alter-do-Chão diferente, moldada pelas marés do Tapajós. Na primeira (em outubro/novembro), era tempo de seca, e dava para se chegar andando à ilha defronte ao povoado; na segunda (maio), de cheia, a água batia na amurada; e na terceira (setembro), o meio termo trazia consigo batalhões de turistas.
A água do Tapajós é esverdeada e a do Amazonas, barrenta, completamente turva. Um dos riscos que o embarreiramento do rio traz é que elas se misturem. Isso arruinaria Alter-do-Chão.
O turismo é basicamente o único meio de vida dos moradores da vila, que fica a 38,5 quilômetros de Santarém. Por isso, me engajar na luta contra a construção de hidrelétricas no Tapajós também é me engajar também na luta por sua sobrevivência.
E agradecer por tudo de bom que vivi lá.

O jornalista Zé José em Alter do Chão, em 1995.

Fonte/Foto: Eduardo Souza Lima, o Zé José, em Uma Gota no Oceano

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