PORTOS DO PARÁ FORTALECEM SETOR NAVAL DO AMAZONAS




Serão construídas 253 embarcações, pouco mais de 90 serão fabricadas no Amazonas
MANAUS - O fortalecimento portuário do Estado do Pará, que neste ano receberá seis portos por meio de leilão realizado pelo governo federal, deverá impulsionar a produtividade do setor naval amazonense. Para atender à demanda dos novos portos serão construídas 253 embarcações, das quais, pouco mais de 90 serão fabricadas por meio de um consórcio entre empresários do setor local, o que representa maior geração de emprego e renda e o avanço a uma nova etapa no transporte de cargas.
As balsas serão utilizadas para a exportação de grãos do Centro Oeste,com rotas entre os Estados que compõem o projeto Arco Norte (Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão). De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval-AM), Matheus Araújo, as construções das balsas que atenderão ao setor de agronegócios terão início no próximo mês.
Ele explica que a medida tomada pelos empresários do setor naval tem o intuito de expandir a operacionalização dos estaleiros a partir da competitividade junto às empresas paraenses. Por outro lado, as empresas, que hoje transportam somente derivados, devem transportar uma nova carga que é a soja.
Segundo Araújo, a construção de uma balsa com dimensão de 60x14 metros custa em média R$ 3,5 milhões. Uma embarcação com essas características transporta cerca de 2,5 mil toneladas. “Os estaleiros paraenses não conseguirão construir as mais de 250 embarcações sozinhos. Temos expertise e o menor custo para as construções. A partir de abril as balsas terão no máximo 70 dias para serem entregues”, disse. “Para atender ao transporte de grãos as balsas deverão ser adequadas às utilizadas no transporte pelas demais empresas nacionais. Entre as adequações estão o convés que precisa ser rebaixado, e a utilização da proteção de ‘casaria’, que é um alumínio que protege a soja durante o percurso”, completou.
O recurso que será utilizado pelos estaleiros será viabilizado por meio do Fundo de Marinha Mercante (FMM). Araújo ainda considera que o consórcio promovido entre os empresários é mais uma tentativa do setor de impulsionar a cadeia produtiva do segmento. Ele comenta que apesar da falta de apoio por parte do governo do Estado quanto à atenção a novos investimentos que possibilitem o desenvolvimento do setor, o segmento consegue alcançar bons resultados e faturamento positivo, tudo, em decorrência do esforço dos próprios empresários.
“A dificuldade em sermos atendidos pelo governo do Estado ainda permanece. Não conseguimos contato nem com o titular da Seplan-CTI nem mesmo com o governador José Melo. Precisamos saber como está a situação do polo naval, mas ninguém nos responde. O governo deixa para trás um grupo composto por 35 mil postos de trabalho em Manaus, fora os que estão nos municípios”, reclamou.
Trâmite do projeto do polo naval
A Procuradoria Geral do Estado do Amazonas (PGE-AM) aguarda o retorno por parte da Seplan-CTI (Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), órgão responsável pelo desenvolvimento do projeto naval, quanto às medidas cabíveis à determinação expedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Fonte/Foto: Portal Amazônia/Divulgação

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