LIXEIRA A CÉU ABERTO É FOCO PARA PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI EM MANAUS
Lixeiras viciadas viram acumuladores de água e se
tornam cenário propício para reprodução do mosquito transmissor da dengue, Zika
e chikungunya
A disseminação do Zika
vírus e sua ligação em casos de microcefalia tornaram-se uma emergência de
saúde pública internacional. Mas o decreto emitido pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e as milhares ações de combate ao Aedes aegypti, que também
transmite dengue e febre Chikungunya, não tem feito a população manauense de um
modo geral se conscientizar.
As lixeiras a céu aberto
(viciadas), cenário propício para a proliferação do mosquito, são encontradas
em diversos bairros da cidade, especialmente na Zona Leste, área que registrou
o maior índice predial (3,6) de transmissão de doenças pelo Aedes aegypti, de acordo
com o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de 2016.
Nas comunidades Nova
Floresta e Nova Conquista, ambos no bairro Tancredo Neves, classificado como de
alto risco para transmissão de doenças pelo Aedes, conforme o LIRAa de 2016, as
lixeiras viciadas estão por toda a parte.
Na rua Amazonas, no Novo
Conquista, duas grandes erosões preocupam os moradores do local, pois quando
chove o barranco cai. Além disso, nos dois lugares o ‘buraco’ virou depósito de
lixo. “São os próprios moradores que jogam o lixo dentro da cratera porque o
carro coletor de lixo não passa aqui”, contou o ajudante de pedreiro André
Alves da Silva, 36.
Na rua das Pampoulas, na
3ª etapa do bairro Jorge Teixeira, uma lixeira viciada toma conta de parte da
via e da antiga praça de alimentação que funcionava no local. De acordo com a
comerciante Eliane Vieira dos Santos, 41, o presidente do bairro pediu para os
moradores colocar o lixo em frente de casa para quando o carro coletor de lixo
passar levar, mas não tem jeito, as pessoas continuam jogando o lixo na
calçada.
O lixo acumulado não é
encontrado apenas nas ruas da cidade, em uma fábrica abandonada na rua Abelardo
Barbosa, no Coroado, outro bairro da Zona Leste classificado como de alto risco
para transmissão de doenças pelo Aedes aegypti, conforme o LIRAa de 2016,
resíduos plásticos tomam conta de toda a área. Fora isso, dentro do prédio, há
várias poças de água acumulada.
De acordo com o
eletricista Iranildo Mota, 46, no local funcionava a fábrica Vulcaplast
Indústria da Amazônia LTDA, que decretou falência em meados de 2012, deste
então, o espaço ficou abandonado. “Eles fecharam as portas e só tiraram as
máquinas. Mas até o ano passado tinha um vigia, que ficava com um cachorro
tomando conta do lugar, acho que era para o pessoal não roubar o que ainda
tinha ficado, mas agora não tem mais nada além do lixo”, destacou.
Inspeção
Nessa segunda-feira (14),
a partir das 14h, as ocorrências de focos de dengue e malária, lixeira viciada
e igarapé represado serão inspecionados pela Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Caama), da Assembleia Legislativa do Amazonas
(Aleam), na Comunidade Nova Floresta, bairro Tancredo Neves, Zona Leste.
De acordo com o presidente
da Caama, deputado estadual Luiz Castro (Rede), a visita técnica de inspeção
foi solicitada pelos moradores do local. “O objetivo é encontrar soluções para
os problemas já citados, assim como as denúncias da presença de caramujos
africanos e erosões em locais próximos a residências”, informou.
Conforme ele,
representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semmas) e de
Limpeza Pública (Semulsp) e a Fundação de Vigilância de Saúde do Amazonas
(FVS-AM) foram convidados a participar da inspeção.
Em números
Cinco bairros da Zona Leste
foram classificados como de alto risco para transmissão de doenças pelo Aedes
Aegypti, de acordo com o LIRAa 2016: São José Operário, Coroado, Tancredo
Neves, Armando Mendes e Zumbi.
Chuva agrava
A comerciante Eliane
Vieira dos Santos, relatou que na rua das Pampolas, 3ª etapa do bairro Jorge
Teixeira, quando chove o comércio fica cheio de lixo porque a água leva todos
os entulhos depositados na lixeira viciada na calçada.
Fonte/Foto:
Silane Souza – A CRITICA/Euzivaldo Queiroz


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