LEI DA TRANSPARÊNCIA: JATENE MOSTRA DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA EM ENCONTRO DO TCM. O MUNICIPIO DE FARO-PA FOI REPRESENTADO NO EVENTO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA E PELO SECRETÁRIO DE FINANÇAS
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| Presidente da Câmara Municipal de Faro, oeste do Pará, Francisco Paulo Duque Meneses, e secretário de Finanças Dodson Farias representaram o município no encontro |
Autoridades de órgãos de controle externo, dos poderes
legislativo e executivo, além de prefeitos, participaram do seminário do TCM
nesta terça-feira (23).
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| Governador Jatene e Francisco Paulo Duque Meneses. |
Mais de 100 prefeitos do
Pará participaram do seminário Gestão Responsável em Último Ano de Mandato,
promovido pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), para orientar os gestores municipais nos
procedimentos que devem ser feitos para manter as contas das prefeituras em dia
e em cumprimento à Lei da Transparência. O evento ocorreu na manhã desta
terça-feira (23), no Teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, e teve
aula magna ministrada pelo governador Simão Jatene.
Na conversa com os
prefeitos, Simão Jatene falou dos desafios da gestão pública e da administração
estadual, que tem maiores despesas e menores recursos. “Em 2015 a receita
transferida foi menor do que a de 2011. Para que a população entenda o problema
que enfrentamos, basta imaginar que tem que pagar contas em 2015 com o valor do
salário que recebia em 2011. A conta não fecha”, explicou o governador, ao
afirmar que a maioria dos municípios paraenses passou pela mesma situação.
Além da crise econômica
que atinge o Brasil e a preocupação com a gestão do orçamento, Jatene chamou a
atenção para a necessidade de modernização e transparência das contas públicas.
“O Brasil não vai ser moderno se os Estados e municípios não se modernizarem. É
extremamente importante que a sociedade toda tenha o conhecimento das contas
públicas, e nesse sentido temos que entender a sociedade como aliada e não
adversária. Quando o TCM cria mecanismos que facilitam a prestação de contar e
tornam isso cada vez mais público, isso nos dá garantia da melhor aplicação
desses recursos”, avaliou o governador.
No fim da apresentação,
Jatene orientou os gestores municipais a organizarem as contas dentro do padrão
estipulado pelo TCM. “Não deixe para se organizar no fim do ano achando que vai
acontecer alguma mágica e que você vai fechar as contas. Minha sugestão é que
se preocupe desde agora, porque esse ano, além de ser difícil por causa da
crise, é diferenciado, porque é um ano de eleição. Independente de se ter a chance
de continuar no governo ou não, vai ser necessária uma transição, e as contas
precisam estar equilibradas”, afirmou o governador, informando que a
organização das contas foi fundamental para que o Estado conseguisse se manter
equilibrado em 2015.
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| Dodson Farias, José Megale (Chefe da Casa Civil do Governo do Pará) e Francisco Paulo D. Meneses. |
Orientações – No último
ano de gestão, os municípios devem obedecer a regras específicas de fim e
mandato. Não podem, por exemplo, aumentar a folha de pagamento e nem o gasto de
pessoal. As prefeituras também não podem contrair empréstimos ou deixar dívidas
para a próxima gestão sem aporte de recursos que sane esses débitos, sob pena
de terem as contas reprovadas e ficarem sujeitas a processo judicial, segundo
informou o presidente do TCM, Cézar Colares.
“Com essas orientações,
pretendemos diminuir as ocorrências desses fatos e o número de contas
reprovadas. O tribunal só quer reprovar contas que efetivamente derem causa a
desvio de recursos ou prejuízo de recursos dos municípios”, asseverou Cézar
Colares, lembrando que os gestores municipais também devem cumprir a Lei de
Acesso à Informação, segundo a qual tudo que se refere aos recursos públicos
deve estar à disposição de qualquer cidadão nos sites das prefeituras. O
descumprimento da legislação pode levar à reprovação de contas, processos
judiciais e ao bloqueio de repasse de recursos.
Dos 144 municípios
paraenses, 107 têm o Portal da Transparência. Ainda assim, a grande maioria dos
municípios não cumpre o mínimo que é determinado por lei, que é informar tudo
aquilo que o município recebeu e gastou numa linguagem acessível para a
população. O Tribunal de Contas dos Municípios vai propor um Termo de
Ajustamento de Gestão (TAG) para que os prefeitos cumpram pelo menos 50% do que
exige a lei, evitando o bloqueio das contas municipais. A assinatura dos TAGs
deve ocorrer até o fim do mês de março.
Qualificação – Os gestores
municipais presentes no encontro elogiaram a iniciativa do TCM. Para o prefeito
de Ananindeua, Manoel Pioneiro, a organização da prestação de contas é muito
importante para a saúde financeira do município. “Independente de ser um ano de
eleição, é necessário estar organizado com a prestação de contas. A gente vê
isso pela mudança de exigência do tribunal, que antes determinava que a
prestação de contas fosse anual; passou para semestral e hoje é feita por
quadrimestre. Como bem lembrou o governador, o dinheiro é público, e isso exige
ainda mais cuidado da gestão”, reiterou.
A prefeita de Ponta de
Pedras, Consuelo Castro, disse que os gestores precisam estar atentos na
transparência das contas e sugeriu que sejam tomadas todas as medidas para
garantir isso. “É preciso estar à frente do processo. Ao menor sinal de algo
errado, troque o contador, cobre a equipe, fique em cima, mas cumpra o que
determina a lei, obedecendo aos prazos”, afirmou.
O prefeito de Santarém,
Alexandre Von, parabenizou a iniciativa do TCM. “É sempre importante quando o
tribunal oferece capacitação não apenas para o prefeito, mas para o corpo
técnico das prefeituras. Por um lado o tribunal nos oferece a possibilidade de
qualificarmos as gestões públicas, e por outro oportuniza ampliarmos os
instrumentos de controle social. Quem ganha com isso é a sociedade”, reforçou o
gestor.
O prefeito de Belém,
Zenaldo Coutinho, informou que no último relatório do Ministério Público
Federal, a capital paraense aparece entre as cinco melhores do Brasil no
ranking da transparência das contas públicas. “Estamos muito focados em
garantir a transparência e o equilíbrio das contas. Não é simples fazer o
exercício de manter o equilíbrio no momento que se tem uma projeção de receitas
que começa a ser frustrada”, ponderou Zenaldo, destacando a apresentação do
governador Simão Jatene como norte para as prefeituras diante da situação
econômica do país. “A apresentação do cenário atual pelo governador do Estado
ratifica, enfatiza e fortalece a necessidade de que todos possamos compartilhar
as nossas angústias e, sobretudo, estabelecemos um norte de caminho, em que o
esforço de cada um pode compensar e reduzir as deficiências decorrentes a falta
de receita”.
Fonte/Foto: z fioravante, Ascom Faro-PA, com informações de Dani
Filgueiras - Gabinete do Governador/Agência Pará de Noticias/Facebook




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