CIENTISTAS SE PREOCUPAM COM AMEAÇA À ASTRONOMIA INDÍGENA NA AMAZÔNIA
Devido à dificuldade de repassar o conhecimento aos
demais, esse saber corre o risco de se perder no país
Ao longo de séculos, povos
indígenas de todo mundo construíram um grande legado sobre o céu. Utilizado
como base para rituais religiosos, políticos, agrícolas e de fertilidades,
populações nativas criaram seu próprio campo de estudo astronômico. Contudo,
devido à dificuldade de repassar o conhecimento aos demais, esse saber corre o
risco de se perder no Brasil. É o que alerta o professor, astrônomo e físico
Germano Afonso, especializado em etnoastronomia.
Ele destacou como uma das
causas à diminuição do interesse das novas gerações indígenas em relação ao
conhecimento que os mais antigos mantém sobre o céu. “O índio é muito
interessado pelo céu, afinal, eles olham para cima e veem a Terra como parte do
reflexo do cosmos”, explica.
De acordo com a pesquisa
de Germano Afonso, existem mais de 100 constelações indígenas identificadas
somente na família tupi-guarani. “Tudo que o índio faz tem uma aplicação. Eles
tinham que ter uma agenda para se guiar, logo eles usavam e usam o céu para
fazer as coisas na Terra”, conta. “As constelações servem, principalmente, como
calendário agrícola. Afinal, a principal finalidade da Astronomia em geral foi
para quando o homem deixou de ser nômade e precisou cultivar”.
O astrônomo reconhece que
há muito preconceito no mundo científico em relação ao conhecimento indígena
pelo fato deles não separarem a prática da religião. Em sua trajetória, Germano
busca recriar relógios solares entre as comunidades indígenas e montar
planetários itinerantes.
Fonte/Foto:
Portal Amazônia


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