ARTISTA BERNA REALE DENUNCIA AGRESSÃO EM CENTRO DE PERÍCIAS DE BELÉM-PA
![]() |
| Performance da artista Berna Reale |
Uma das artistas mais
relevantes do cenário nacional, Berna Reale diz ter sido agredida nesta quinta
(18) pelo diretor do Instituto de Criminalística em Belém. Ela, que também é
perita criminal e trabalha no órgão da capital paraense há seis anos, conta que
foi ameaçada e prensada contra a parede por seu superior depois de uma
discussão.
"Ele gritou comigo,
botando o dedo no meu nariz e me imprensando contra a parede", conta a
artista. "Ele dizia que ia me mostrar como eu tinha que respeitar ele.
Todo mundo na minha família está com medo. Há um preconceito enorme na polícia
porque eu sou artista."
Depois do episódio,
testemunhado por outros funcionários do Centro de Perícias Científicas Renato
Chaves, a artista foi com sua advogada a uma delegacia para registrar um
boletim de ocorrência, mas diz que teve de insistir para a agressão ser
registrada — ela postou o documento no Facebook.
Reale, conhecida por suas
performances que denunciam episódios de injustiça e violência, representou o
Brasil na última Bienal de Veneza, uma das maiores mostras de arte
contemporânea do mundo. Também venceu o prêmio Marcantonio Vilaça, um dos mais
importantes do país, e participou no ano passado do Panorama, mostra bienal do
Museu de Arte Moderna.
![]() |
| Fotografia da artista paraense Berna Reale |
Muito da violência que vê
ao elaborar laudos para a polícia em Belém, aliás, acaba aparecendo em sua
obra, como a performance em que foi carregada nua como uma peça de carne pelas
ruas da cidade ou quando se deitou numa mesa no mercado Ver-o-Peso coberta de
peixes para atrair urubus.
OUTRO LADO
Sílvio André Lima da
Conceição, diretor do Instituto de Criminalística, diz que foi ofendido e
chamado de incompetente por Reale e que reagiu gritando, mas afirma que não
houve agressão.
"Ela começou a gritar
que eu era um machista, um covarde", diz Conceição. "Bati a porta na
cara dela, depois ela ficou correndo no corredor, gritando. Em momento algum eu
a agredi, empurrei. Não encostei um dedo nela, mas gritei por conta da loucura
dela."
Em nota, o Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves informou que a "funcionária, ao
questionar um ato administrativo, acabou ocasionando consequências
infelizes" e "causando tumulto". Ainda segundo o comunicado, o
caso foi relatado à Corregedoria da polícia para "apuração dos
fatos".
Fonte/Fotos:
Silas Marti – folha.uol.com.br/Divulgação



Nenhum comentário:
Postar um comentário