TRE CASSA MANDATOS DO GOVERNADOR DO AMAZONAS, JOSÉ MELO, E DO VICE
No total, cinco votos foram a favor da cassação e um
contra.
Melo e o vice são acusados de participação em esquema
de compra de votos.
O Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-AM) cassou os mandatos do governador do Amazonas, José Melo
(Pros) - foto -, e do vice-governador, Henrique Oliveira (SD), na tarde desta
segunda-feira (25), em Manaus. Eles são acusados de compra de votos nas
eleições de 2014. O juíz Márcio Rys Meirelles de Miranda foi o único que votou
contra a ação. Cinco votos foram a favor. A defesa de Melo disse que vai
recorrer.
A assessoria jurídica da
presidente do TRE-AM, desembargadora Socorro Guedes, informou que José Melo
continua no cargo até a publicação do acórdão quando ocorrerá a comunicação à
Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). A assessoria disse que a
publicação deve ocorrer em uma semana.
No julgamento realizado na
sede do TRE-AM, Zona Centro-Sul da capital, votaram a favor da cassação os
juízes Henrique Veiga, Didimo Santana Barros Filho, a juíza Jaiza Fraxe, o
relator do processo, juiz Affimar Cabo Verde e o desembargador João Mauro Bessa.
O advogado de defesa do
governador José Melo, Yuri Dantas, declarou que vai aguardar a publicação do
acórdão para saber quais procedimentos recursais serão utilizados.
“Agora vamos ter que
aguardar a publicação do acórdão e a partir daí decidir qual o meio recursal
que vamos utilizar. Se serão os embargos de declaração, eles serão
protocolizados aqui mesmo pelo tribunal [TRE-AM], se serão recursos ordinários,
serão pelo Tribunal Superior Eleitoral [TSE]”, explicou.
Segundo Dantas, o acórdão
será composto por todos os votos e manifestações orais que foram dados durante
a sessão de votação. “Isso foi um pedido do doutor Daniel Nogueira [advogado da
coligação adversária ‘Renovação e Experiência’], portanto, temos ainda muita
coisa a ser analisada”, disse.
Sobre a expectativa de uma
nova eleição para o cargo de governador do estado, Dantas declarou que o
assunto não foi decidido na sessão desta segunda e que não seria abordado no
acórdão.
“O que foi decidido aqui
foi a cassação do governador e vice-governador do estado. O acórdão não vai
trazer nada que diga a respeito de uma nova eleição ou coisa parecida. Isso não
foi decidido hoje. A partir da publicação do acórdão, temos três dias para
recorrer”.
Coligação Renovação e Experiência
O advogado Daniel Nogueira,
da coligação adversária "Renovação e Experiência" declarou que, após
a decisão, se deve analisar, também, recurso de outras penas das quais o
governador José Melo é acusado. Nogueira ainda afirmou que a decisão desta
segunda terá um reflexo positivo nas próximas eleições.
“Neste momento cabe
recurso, principalmente pela parte derrotada. Nós também podemos e vamos
analisar a possibilidade de oferecer recurso para majorar as outras penas que
não a de cassação, então, ambas as partes poderão recorrer dessa decisão, mas
principalmente quanto a pena de cassação esse é um ato potestativo da defesa”,
disse.
TSE
Em entrevista à Rede
Amazônica no mês de dezembro, em Brasília, o especialista em Direito Eleitoral
Wesley Machado explicou que a partir da decisão é cabível os embargos de
declaração, que existe quando na decisão houver omissão, obscuridade ou
contradição. Nesse caso, o próprio TRE deve julgar. Melo também pode entrar com
recurso no TSE.
“Esse recurso é o recurso
ordinário. Nele, o TSE poderá rejulgar o caso. Nessa situação, o TSE poderá dar
um acórdão diferente do que já foi dado pelo TRE. Uma questão importante e
decorrente da mini reforma eleitoral que tivemos em 2015 é que até setembro de
2015 os recursos interpostos contra as decisões da Justiça Eleitoral não tinham
efeito suspensivo, o que queria dizer que a decisão poderia ser aplicada
imediatamente. Com a Lei da Reforma Eleitoral, os recursos sobre cassação
passam a ter efeito suspensivo; como essa decisão é muito drástica e
desconsidera a vontade popular, para esse caso há uma previsão expressa que o
recurso impeça a execução imediata da decisão pelo TRE. O governador continua
no exercício do mandato, até que o TSE decida", disse Machado.
O caso
José Melo foi acusado de
esquema de compra de votos e de uso irregular da Polícia Militar na campanha
eleitoral de 2014. A ação foi proposta pela coligação adversária
"Renovação e Experiência", que tinha como candidato o agora ministro
de Minas e Energia e senador licenciado, Eduardo Braga (PMDB).
Fonte/Foto:
G1 AM/Indiara Bessa
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