TRE-AM RETOMA HOJE, 18, JULGAMENTO DE CASSAÇÃO DE JOSÉ MELO POR COMPRA DE VOTOS
Antes do recesso do tribunal, a maioria dos juízes já
havia votado a favor da perda de mandato
Os juízes do Tribunal
Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) retomam, hoje, o julgamento do processo
que pede a cassação do diploma de posse do governador do Estado, José Melo
(PROS), e do vice-governador, Henrique Oliveira (SDD). A ação está sob vistas do
juiz Márcio Rys, e já conta com cinco votos dos sete juízes eleitorais a favor
da perda de mandato. A expectativa dos advogados de defesa de Melo e da
coligação ‘Renovação e Experiência’, do ministro de Minas Energia Eduardo Braga
(PMDB), autor da ação, é de que será uma “grande surpresa” se os juízes mudarem
seus votos contra a cassação.
A representação foi movida
pela coligação ‘Renovação e experiência’, logo após o resultado das eleições de
2014. A coligação denunciou um esquema de compra de votos a favor do governador
José Melo, apontando a empresária Nair Blair como responsável por uma empresa
‘fantasma’ que recebeu verba pública destinada à captação ilícita de votos.
O advogado que representa
a coligação do governador José Melo, Yuri Dantas, afirmou não possuir nenhuma
expectativa quanto à reversão dos votos dos juízes, mas disse que na teoria
nada impede que eles mudem de opinião. “Nós temos cinco votos pela cassação,
teoricamente. Eu não tenho nenhuma expectativa se haverá reversão, mas, na teoria,
eles podem alterar os votos. Não seria algo inédito”, disse Dantas.
Na opinião do advogado que
representa Eduardo Braga, Daniel Nogueira, o fato que três dos cinco votos
lançados a favor da cassação de Melo terem sido feitos após o pedido de vista,
demonstrou uma grande segurança e veemência dos juízes, sendo assim, ficaria
muito surpreso com uma mudança dos votos.
“Três dos cinco votos
(pela cassação) ocorreram depois do pedido de vista, o que não é comum e denota
uma imensa segurança dos magistrados sobre o seu convencimento. Nessas
circunstâncias, e principalmente considerando a enfática manifestação de cada
um dos magistrados, eu ficaria muito surpreso com mudança dos votos já
proferidos”, declarou Nogueira.
No dia 16 de dezembro do
ano passado, na última sessão de julgamento do TRE, cinco dos sete juízes do
tribunal decidiram pela cassação do diploma do governador José Melo e do vice
Henrique Oliveira (SDD). Além da cassação, o tribunal decidiu aplicar duas
multas de 50 mil Ufirs e 30 mil Ufirs ao governador e ao vice-governador.
A cassação só não foi
decretada porque o fim do julgamento foi adiado com o pedido de vista do juiz
Márcio Rys, sendo transferido para janeiro.
O TRE informou que o
processo está na pauta da sessão de hoje, que inicia às 14h30 e será aberta à
população. Mesmo o processo estando na pauta, o juiz Márcio Rys pode pedir novo
adiamento, caso ainda não se sinta seguro de sua decisão. O processo também
pode ser novamente adiado em caso de ausência de algum dos juízes que iniciaram
o julgamento.
Em dezembro, ao declarar
seu voto, o relator da ação, juiz Francisco Queiroz, votou pela cassação. Na
hora do voto, o magistrado afirmou que as provas de compra de votos foram
incontestáveis e citou a apreensão de extratos bancários e recibos com a
empresária Nair Blair, em 24 de outubro de 2014, dois dias antes do segundo
turno da eleição para governador.
“Entendo que o governador
José Melo também é responsável, ostenta a condição de responsável pelo ato
ilícito”, disse o juiz Francisco Queiroz. O voto do relator foi acompanhado
pelos juízes Jaíza Fraixe, Mauro Bessa, Dídimo Santana e Henrique Veiga. A
presidente do TRE-AM, desembargadora Socorro Guedes, só vota em casos de
empate.
Na primeira manifestação
em defesa do mandato, o vice-governador do Amazonas, Henrique Oliveira,
rechaçou a decisão da Corte. O assunto foi abordado por ele um dia depois do
início do julgamento no TRE, ao participar da reunião do Conselho de
Administração da Zona Franca de Manaus (CAS).
“Estamos sendo injustiçados,
porque foi uma diferença de 200 mil votos a mais para nós”, disse Henrique
Oliveira, ao defender a legitimidade da vitória da sua coligação em todo o
processo eleitoral e contra a representação movida por Braga.
“As coisas estão
equivocadas e o perdedor acha que pode movimentar céus e terra”, disse o
vice-governador, para quem o TRE “se equivocou, por ser um processo totalmente nulo, montado pelo nosso
adversário”.
Fonte/Foto: Geraldo
Farias - DIÁRIO do Amazonas portal@d24am.com/Sandro
Pereira
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