CONDENADO POR UM DOS MAIORES CRIMES AMBIENTAIS NO PARÁ É PRESO EM SP
O dono da empresa CBB
(Companhia Brasileira de Bauxita), condenado por uma das maiores contaminações
ambientais do Pará, foi preso em São Paulo na última quarta-feira (20),
informou o Ministério Público do Estado. Pedro Antônio Pereira da Silva estava
foragido desde novembro de 2014, quando foi decretada sua prisão preventiva.
Responsável pela
disposição inadequada de mais de 30 mil toneladas de resíduos tóxicos em
Ulianópolis (a 390 km de Belém), Silva foi condenado a sete anos e quatro meses
de prisão e multa por crime ambiental e estelionato.
Ele foi localizado por uma
equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de
São Paulo no último dia 16, em um condomínio em Vinhedo, no interior paulista,
e preso pela Polícia Militar.
A Uspam (Usina de Passivos
Ambientais), divisão da CBB, recebeu os rejeitos industriais de várias
multinacionais entre 1999 e 2002 –entre elas, Pepsi, Vale, Petrobras, Shell,
Brastemp, Philips e Yamaha. A Uspam deveria tratar e dar um destino final
adequado aos resíduos tóxicos, que continham cloro, chumbo e pesticidas.
Em dezembro, o MPE ajuizou
denúncias contra 17 empresas que encaminharam seus rejeitos para a CBB, por
entender que houve coautoria do crime ambiental praticado por Pedro Silva.
Em nota, o Ministério
Público do Pará afirma que o crime ambiental foi "um dos mais danosos já
praticados contra a natureza do Estado do Pará, com repercussões gravíssimas
para a flora, a fauna, os recursos hídricos e a saúde da população do Município
de Ulianópolis".
O órgão acrescenta que as
substâncias, "em sua maioria de alta periculosidade", apresentam
"elevado risco à saúde e à vida" daqueles que as manusearem ou
ingerirem.
Em 2003, a Justiça do Pará
encerrou as atividades da Uspam, após perícias do governo do Estado apontarem
contaminação do solo, com riscos à saúde humana e ao ambiente. O vazamento das
substâncias era provocado por tambores danificados e chegava a atingir um rio
nas proximidades da região.
"Na tramitação do
processo criminal, ficaram evidenciados o desrespeito e o desinteresse de Pedro
Antônio Pereira da Silva pela sociedade e pela justiça paraense, dentre outros
fatos, pela sua inércia processual" e "pela utilização de várias
artimanhas para atrasar a marcha do processo", ressaltaram os promotores
de Justiça que atuaram no caso.
Após a publicação da
sentença, segundo a Promotoria, o réu "continuou se escondendo para evitar
a aplicação da lei penal, utilizando diversos subterfúgios, como não declarar
imposto de renda, o que ensejou a suspensão do seu CPF".
Fonte: Daniele
Belmiro, de São Paulo, 22.01.2016, 19h55, para UOL
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